Bicicleta nos shoppings

No último sábado eu e o Erick estivemos em um shopping aqui em POA. Dei uma volta na Explorer dele seguindo um automóvel que vinha na minha frente. O vigilante do shopping fez sinal para que eu parasse a bicicleta e caminhasse ao lado da bike. Eu perguntei se os automóveis poderiam trafegar por ali e ele disse que sim. Então, eu disse que também poderia, pois o CNT também permite trânsito de bicicletas... Ele disse que a bicicleta poderia machucar alguém ou bater em algum carro. Disse também que só seguia ordens e que se eu quisésse argumentar, que falasse com a supervisora. Eu disse que encaminharia por escrito. Ainda não o fiz.

Tenho reparado esse tipo de discriminação em tudo quanto é shopping que eu vou...

Alguém sabe se eles podem promover esse tipo "preferência"? Com moto é até pior, o cara disse que elas não podem nem entrar no trânsito do shopping...

Até mais!

Marco Di Martino escreveu:

Ele disse que a bicicleta poderia machucar alguém ou bater em algum carro.

Quê isso, revoltante, lamentável!!!!!!

Sabe q toda vez q entro no estacionamento do supermercado (q é provavelmente o único estacionamento coberto, com cancela e guardinha, da cidade), eu fico esperando uma abordagem, alguém vir falar alguma besteira. Pq, como não tem bicicletário, eu amarro a bike na plaquinha da vaga pra veículo de portador de necessidades especiais. Primeiro por ser o lugar mais óbvio e mais visível, e segundo q não atrapalha em nada o condutor deste veículo, pq a bike fica pra lá da placa. E ali não tem trânsito, o q me facilita "montar" as compras nos alforjes (eu desço com o carrinho cheio de compras, e vou distribuindo o peso dos dois lados da traseira da bike).

Ainda não entrei lá de reclinada, e fico pensando na reação. O ruim é q a reclinada causa tanto espanto, q as reações demoram a aparecer.

Talvez o melhor a fazer no seu caso, é aproveitar a oportunidade de fazer uma reclamação por escrito, e entregar uma documentação INFORMADA. Quem sabe algo até com fotos, com citações de blogs na net... Se a gente já tivesse um negócio bonitinho, tipo uma cartilha, já seria bacana. Ontem, só como ilustração, fiquei sabendo do lançamento de um Manual de Circuitos de Cicloturismo. Uma iniciativa de uma série de associações e organizações, voltada para as prefeituras. O download pode ser feito AQUI. Podia ter uma cartilha desse tipo voltada pra ciclomobilidade urbana, mostrando tanto pro poder público quanto pro privado o quão descabida é a exclusão da bicicleta dos locais onde ela poderia circular normalmente, e fomentar o comércio, serviços, turismo, etc.

O blog da Transporte Ativo (http://blog.ta.org.br/) pode ser um bom lugar pra procurar algumas informações já prontas.

Marco Di Martino escreveu:

No último sábado eu e o Erick estivemos em um shopping aqui em POA. Dei uma volta na Explorer dele seguindo um automóvel que vinha na minha frente. O vigilante do shopping fez sinal para que eu parasse a bicicleta e caminhasse ao lado da bike. Eu perguntei se os automóveis poderiam trafegar por ali e ele disse que sim. Então, eu disse que também poderia, pois o CNT também permite trânsito de bicicletas... Ele disse que a bicicleta poderia machucar alguém ou bater em algum carro. Disse também que só seguia ordens e que se eu quisésse argumentar, que falasse com a supervisora. Eu disse que encaminharia por escrito. Ainda não o fiz.

Tenho reparado esse tipo de discriminação em tudo quanto é shopping que eu vou...

Alguém sabe se eles podem promover esse tipo "preferência"? Com moto é até pior, o cara disse que elas não podem nem entrar no trânsito do shopping...

Até mais!

Isso aconteceu e acontece diversas vezes com eu,apenas digo que tenho 11 anos de reclineiro e numca me assidentei e nem assidentei alguem, apenas que ser reclineiro é coisa para proficionais em pedal e daí todos se calam... amigo valeu... mas é mesmo complicado...

Bem, Braga, acredito q não seja bem por aí. Bicicleta não é pra ser coisa pra profissional do pedal, e sim pra qualquer pessoa q consiga pedalar - q é a maioria da população. O q ajudaria é se as bikes, na prática (pois na teoria é), fossem vista pelas autoridades como veículos, ou seja, tivessem q respeitar as regras de circulação, e fossem punidas em caso de descumprimento.

Aliás, se alguém nesse história tivesse q ser profissional, deviam ser os motoristas. Carros tem potencialidade pra machucar muitas pessoas, inclusive mantendo ileso o seu condutor. Os cursos de formação não servem pra nada e, qnto às regras do CTB, elas só são respeitadas qndo envolve o BOLSO! Ninguém passa conscientemente acima da velocidade permitida num radar. Mas qndo não há radar, apenas uma placa, ela não serve pra nada.

Também não posso deixar de dizer q referir-se a reclineiro como profissional do pedal não é muito simpático, ainda mais pq já é uma bike q causa certa estranheza e curiosidade. Fico me perguntando o porquê de as pessoas se calarem... Talvez eu me calasse, também, se alguém me falasse um treco desses.

eu não sei qual seria minha reação se me ocorresse o mesmo que o Marco e o Erick...(na verdade eu sei...sou grosso pákráio kkk )
só lembrando uma coisa:
estacionamento de shooping/supermercado, pátio de posto de combustível, etc, são áreas PARTICULARES...não são vias PÚBLICAS, portanto não seguem as leis do CTB. (eles são responsáveis por tudo o que ocorre lá e não o 'poder público')

abraços

Olá Marco,

Ao ler seu post, não pude deixar de comentar a situação aqui em Recife. Eu não tive ainda o prazer de ir ao Shopping de bike, não por medo de roubarem minha bike no estacionamento, mas pela falta de segurança que é pedalar por essa cidade (Recife).

Mas aí, lembrei de uma discussão que ocorreu aqui, onde criaram uma página no ano passado, mostrando a situação de Recife quanto à prática do ciclismo.

O blog: http://pedalandorecife.blogspot.com/

Achei a idéia fantástica, pois ao mesmo tempo eles informam sobre as ciclovias, ciclofaixas e ciclo-rotas, mas também fizeram uma análise dos bicicletários dos estacionamentos dos principais shoppings da cidade. O que já tem shopping registrando a bicicleta ao deixar no estacionamento. Estão longe de ser adequados, mas são ações de grupos de ciclistas cobrando essas ações que acho que devem mostrar resultados.

Eu já morei em diversos lugares como Maringá-PR, Ribeirão Preto e Campinas-SP, e aqui em Recife foi onde encontrei uma prática de cicloativismo muito intensa. Mas ainda a sociedade local está longe de ser consciente com os ciclistas.

No seu caso, começar com uma reclamação formal pode ajudar, mas não no sentido de "reclamar", ams sim questionar seus direitos quanto usuário do shopping e que adota a bicicleta como meio de transporte, e saber como o shoping interpreta isso em relação a local para guardar a bicicleta, segurança ao trafegar e guardar, etc.


Abração
Luiz Miguel

Concordo que a melhor tática não é entrar de sola, mas mostrar o que seria um tratamento adequado a um ciclista e quais as vantagens ao shopping ao fazer isso. Concordo que deveríamos confeccionar um manual, o problema é comum.

Vou arriscar uma estrutura básica:
1. Apresentação -

"Atualmente são inúmeras as iniciaitivas de promoção da bicicleta como transporte urbano devido aos benefícios à saúde do condutor e por ser um meio de transporte "limpo". Muitas pessoas estão aderindo a este saudável hábito, as cidades começam a se adequar construindo ciclovias, ciclofaixas, bicicletários públicos. Estabelecimentos comerciais e serviços estão atentos também a essa mudança cultural e aos poucos percebem que precisam oferecer uma nova infraestrutura aos seus clientes, locais apropriados para guardar as bicicletas, caminhos seguros, sanitários próximos e adequados.

Na verdade, essas novas necessidades também podem ser vista pelo empresariado como uma oportunidade para demonstrar que sua empresa é moderna e que apoia iniciativas ecológicas e sustentáveis, contribuindo para um mundo melhor. Promover tais infraestrutura não afeta apenas os usuários diretos, mas também os usuários convencionais, por verem com mais simpatia o próprio estabelecimento comercial/serviços."

2. Necessidades do Ciclista.

"A primeira coisa e mais importante: o ciclista, como todo consumidor, quer ser respeitado e não suporta ser dsicriminado. Assim, é importante que todas as ações para adequação do estabelecimento a essas necessidades emergentes se paute pelo respeito e não-discriminação. Isso deve ser observado desde a escolha do local do bicicletário...
(imagem com um bicicletario do lado da lixeira do shopping e imagem de um bicicletario embaixo de uma marquise, ao lado da entrada principal, sendo visível para todos os usuários), a escolha de acabamentos e, certamente, o tratamento adequado pelos funcionários do estabelecimento...
(imagem com um segurança indicando que é proibido com cara de mau e imagem de um segurança gentilmente auxiliando o ciclista)

É importante que a entrada dos ciclistas seja segura, o que muitas vezes é possível utilizando a mesma entrada dos veículos motorizados. Convém lembrar que a bicicleta mova-se com esforço humano, assim evite caminhos com rampas com declividade elevada (acima de 5%) e o bicicletário, de preferência, deve ficar no térreo, próximo à entrada, em área coberta e vigiada.

É interessante também que haja sanitários próximos."

....

3. Benefícios à empresa

"Ao promover o bom acesso e tratamento adequado aos ciclistas, a empresa passa a ser vista por seus clientes de forma positiva, moderna e ecológica diante do seus clientes, mostrando o seu compromisso com uma cidade mais limpa e sustentável. O impacto será maior se for uma das empresas pioneiras nesse tipo de adequação.

Fazer tal adequação é importante, mesmo que não seja pioneira, pois são necessidades emergentes de seus clientes, que provavelmente estarão procurando estabelecimentos que já entenderam essa nova cultura em crescimento nas cidades. (imagem do cliente indo no concorrente)

...

Rascunhão, vamos desenvolver???