ninocoutinho
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| Assunto: Pedalando em Boa Vista - Roraima Qua Jan 19, 2011 11:52 am | |
| Já q estamos na onda de falar das ciclovias, achei hoje um blog legalzinho de nome http://felizcidadefeliz.wordpress.com/. A moça autora do blog viaja, escrevendo guias de turismo para o iG. Vou transcrever abaixo dois posts que falam da realidade de andar de bici pelas bandas de Boa Vista - RO: - Citação :
- "Que estranho, uma mulher de bicicleta"
Rio Branco tem 30 km de ciclovias e ciclofaixas. Nas principais avenidas há ciclofaixas bem inteligentes. Os carros, em vez de estacionarem no meio fio, param ao lado da ciclofaixa e para ela não atravessar o ponto de ônibus, é desviada para trás dele.
As ciclovias passam pelo Parque da Maternidade, que cruza boa parte da cidade e garante um pedal tranquilo e agradável paralelo às vias muito movimentadas. Há também uma enorme ciclovia – para os padrões acreanos, claro! – no canteiro central da Avenida 6 de Agosto, que leva até o estádio de futebol Arena da Floresta. O estacionamento do estádio, aliás, tem muitos paraciclos.
O acostamento da Rodovia BR-364 indica preferência para pedestres e ciclistas, ou seja, carro parado ali, só se não houver ninguém a pé ou de bicicleta transitando.
Esses exemplos mostram que Rio Branco, apesar de ser uma pequena capital (300 mil habitantes), tem incentivos para o uso da bicicleta melhores que o de São Paulo, com 12 milhões de moradores e muito mais recursos financeiros. Mas o que é engraçado nos ciclistas riobranquenses é que eles são predominantemente homens. É muito raro você ver mulheres pedalando na capital acreana. Aliás, elas preferem as motos. São muitas mulheres de saia dirigindo o motorizado de duas rodas. Outro costume interessante é que a garupa é praticamente um segundo assento na bike. É muito comum ver o homem pedalando e a mulher, e as vezes o filho pequeno junto, na garupa. Nas subidas é até bonito: no pé da ladeira o homem para a bicicleta, a mulher vai para a calçada, ele vai empurrando a bike na rua e os dois vão conversando uma prosa boa. No topo a mulher volta para a garupa e eles seguem tranquilos no pedal.
Com todos esses hábitos, uma noite dessas, ao voltar de um teatro, passei em frente a um barzinho com uma varanda. De lá deu para ouvir o comentário de um rapaz: “Olha que estranho, uma mulher de bicicleta!”
Concluí que não é só a minha Dahon que é estranha por aqui! - Citação :
O "problema" de Boa Vista
Apesar de ser uma capital, Boa Vista tem o puro ar de cidade do interior. A cidade tem 266 mil habitantes, é muito arborizada, plana e as pessoas são tranquilas e hospitaleiras. Aos finais de semana, a noite, boa parte dos habitantes se reúne na Praça das Águas, com bares, restaurantes e um espaço amplo para a criançada brincar. Comum também é levarem a televisão para a praça, assim muitos assistem à novela das oito, que aqui passa as sete, coletivamente! Outro hábito interessante é que as pessoas ainda se reúnem nas calçadas durante a noite. É muito comum, quando anoitece, ver os vizinhos com cadeiras de balanço proseando debaixo da lua, das estrelas e do calor intenso que faz aqui. Tem noites que a temperatura fica acima dos 30 graus!
No quesito mobilidade, a capital de Roraima também tem as suas peculiaridades. A primeira é que os carros sempre param para os pedestres atravessarem na faixa. Não há semáforos. Basta colocar o pé na faixa e os carros começam a parar e aguardar. Confesso que no começo fiquei com medo da brincadeira e ficava esperando os carros passarem até conseguir atravessar sem o indício da chegada de algum deles. Depois, peguei o jeito!
O transporte público é pra lá de precário, em compensação há infinitos táxis lotação, que funcionam como uma espécie de transporte público da cidade. Para ir para as outras cidades do interior os táxis lotação também são a melhor pedida. Eles são organizados em cooperativas que funcionam de um jeito bem eficiente e custam apenas um pouco mais que os ônibus. Fomos para Pacaraima, a 220 km de Boa Vista, e pagamos R$25 cada um para uma viagem de duas horas em um carro confortável com ar condicionado. De ônibus a mesma viagem custa R$16 e dura 4h30!
Andar de bicicleta é comum. Muita gente usa a magrela como meio de transporte. Não há ciclovias ou ciclofaixas em nenhuma parte da cidade, mas nem precisa, pois os motoristas respeitam demais os ciclistas. Não buzinam para nós, não fazem ultrapassagens arriscadas e esperam pacientes o momento ideal para uma ultrapassagem. Esses dias fiquei um bom tempo esperando para conseguir passar de bike em um cruzamento. Atrás de mim se formou uma fila grande de carros – para os padrões roraimenses, claro! – que aguardaram sem pressa e sem buzina. Adorei! A impressão negativa fica para as motos, que ao contrário dos carros, não costumam respeitar a faixa de pedestres e menos ainda serem simpáticas com os ciclistas. Será que os motociclistas são problemáticos em todos os cantos do Brasil?! Tem outros posts interessantes sobre as experiências de pedalar em Manaus e Porto Velho. | |
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