CARRO x BIKE

Já deu pra perceber que muitos aqui defendem a idéia de não possuir carro, de usar somente transporte coletivo, táxi, quando necessário etc...

Primeiramente quero dizer que respeito a opinião de todos os que se manifestaram nesse sentido e que acho muito louvável essa atitude, principalmente levando-se em conta a questão ambiental.

Agora permitam que eu faça a defesa dos carros.

O carro, em si, não é um vilão. Pelo contrário, pode ser um grande aliado, inclusive do ciclista. Tudo depende de como nós usamos os carros.

Do ponto de vista de quem mora em grandes cidades, onde os carros entopem as ruas e os motoristas desrespeitam ciclistas e pedestres realmente acho que eu também optaria por andar muitos mais de bike do que de carro (Já morei em Porto Alegre, e ia trabalhar de ônibus, deixando o carro na garagem).

Já para quem mora no interior, como eu, as coisas são um pouco diferentes. Tem muitos serviços que a gente tem que procurar em Porto Alegre , para isso, tem que se deslocar de alguma forma. Nesse caso, o custo benefício é mais favorável ao uso do carro.

Além disso, o carro pode ser usado para transportar as bikes de uma cidade para outra, para pedaladas de fim de semana, competições, passeios, etc e nesse caso, não dá pra ser um carro alugado, pois precisa rack e acessórios que nem sempre estarão diponíveis. (Além disso em muitas cidades não tem nem locadora).

Não vou ficar aqui relacionando as utilidades do carro, pois isso todo mundo já sabe. O que eu quero mesmo é defender o uso racional do carro.

Antes de pegar a chave do carro eu penso se não dá para ir a pé ou de bike. Faço isso, porque na minha cidade, a maioria dos lugares são muito próximos (banco, super mercado, escola, farmácia, pet shop, lojas, tudo num raio de 5x5 quadras(centro). Assim, muitas vezes evito de andar de carro.

Como eu moro na área citada, a rigor, nem precisaria ter carro mesmo. Mas tendo uma família de 4 pessoas sendo que minha esposa trabalha 4 dias por semana em uma escola que fica à 10km de casa e não tem um serviço de ônibus que preste, o carro já é indispensável.

Porém, eu percebo que muitas pessoas realmente usam o carro sem a menor necessidade, muitas vezes para andar DUAS quadras, pagar uma conta e voltar para casa.

O problema é justamente esse, a falta de critério que as pessoas tem antes de sentar a bunda no carro.

O pior de tudo é que muita gente faz isso simplesmente por uma questão de status, pois de nada adianta ter um carro reluzente parado em casa se ninguém vê. Dessas pessoas eu tenho pena.

Concluindo, eu gosto de ter um carro, nem penso em não ter, mas procuro fazer um uso racional e orientar meus filhos para que façam o mesmo, incentivando-os desde cedo a andar de bicicleta. É dando o exemplo para os nossos filhos que podemos fazer a nossa parte pra mudar essa cultura que dá um valor demasiado à posse de um veículo automotor.

Concordo plenamente contigo Mateus, o problema não é o automovel e sim o uso que se dá a ele.

Nossa sociedade é alimentada pelo consumo, consequentemente esse consumo para se manter precisa de publicidade e a publicidade precisa ser agressiva para vender...e essa publicidade é que nos faz mais voraz em relação a diversos produtos e principalmente ao automóvel...

Esses dias vi uma propaganda que me chamou muita atenção era de uma SUV (Tucson)...realmente é uma camioneta muito bonita mas a maneira que foi exposta induz as pessoas que ao comprarem seram melhores que as outras...tem uma parte que o ator fala que ao dirigir se sente superior aos outros motoristas, olha todos de cima...

Se ele se sente superior aos outros carros imagina em relação a bicicletas e pedestres...

O que falta em nossa sociedade é uma visão de que optar por deixar o carro em casa ou não tê-lo não me faz melhor ou pior, simplesmente e uma opção que deve ser respeitada...

Prezados reclinados

Faz tempo que sinto a pressão social pra comprar carro. Vai desde a micropolítica de parentes, colegas e amigos até a macropolítica da mídia e de órgãos públicos através de medidas que desmotivam o uso da bicicleta.

Moro, ensaio e trabalho no centro da cidade, não tendo namorada ou filhos, e assim mesmo há chatos que insistem dizendo que eu tenho que comprar carro, enumerando vantagens para necessidades que eu não tenho. Propagandas evocam nossos instintos de competição mais trouxas no sentido de sermos os tais (como observado mais acima pelo Helder). E o poder público nos brinda com pérolas como a extinção do Caminho dos Parques (ciclo faixa) em Porto Alegre que evidencia a prioridade de melhor atender os automotores. Pois, se fosse por ser perigoso para o ciclista, não nos forçariam a ir para o meio da rua e ofereceriam outra alternativa (pra agora e não pra 2020).

Acho que a ciclo faixa, por pior que seja, enquanto trafegável, ainda é bem melhor do que o meio da rua junto às feras automotoras.

Essa falta de segurança incentiva que passemos da bicicleta para o automotor, ocupando mais lugar em ônibus, lotações, carros e motos. E quanto mais gente precisar deles, mais deles vão para as ruas. Mais fumaça no ar.

Estou fazendo auto/moto-escola pra ver como é dirigir automotores e pra estar apto a comprar alguma coisa, se me der na telha. Mas até o momento, não tenho descoberto prazeres maiores do que preocupações nas duas modalidades. A queda em uma moto dispensa comentários e o dirigir carro, apesar da indiscutível autonomia e proteção, é uma neurose só (por causa dos outros veículos), além de volumoso (alguém até já disse que seria absurdo deslocar uma tonelada e tanto volume pra transportar uma ou duas pessoas)...

Por enquanto, a mais prazerosa, econômica e prática opção de transporte para a vida que eu levo é a bicicleta reclinada. As bicicletas elétricas também me tentam, mas gostaria que fossem também em formato chopper e reclinadas, no mínimo como minha EXD...

Saudações

Abordo esta questão da seguinte maneira: Procuro fazer uso mínimo do automóvel. Optei por manter meu velho carro 1995 por dois motivos: O primeiro é que já é meu, então não preciso mudar nada. O segundo motivo é que ele ainda é carburado, e como eu mesmo faço toda manutenção, fica mais fácil.
Meu primeiro meio de transporte é a bicicleta (tenho 3 minhas, mais 3 de meus filhos, portanto são 6 bicicletas na garagem). Quando chove, ou preciso fazer compras de supermercado, ou então sair com toda a familia, então não tem jeito, uso o carro.
Mas uma decisão está tomada: Não quero outro, pretendo inclusive converter este para motor elétrico (aí já é outra história). Não estou nem aí para opinião de colegas, vizinhos e parentes.