Compostagem...

Não, não fiquei louco, continuo louco ... rsss.
(a reclinada não ficou de lado não)

Acho que muitos aqui tem um perfil de redução da pegada ecológica e um dos meios é tratando o que não é lixo e transformando-o em alimentos limpos.

Fato: 60% do lixo caseiro é compostável e vai para os aterros.

Há uns meses que faço compostagem no canteiro de casa, tá indo bem, mas perco espaço para plantar. Nessa última semana fiz uma pesquisa razoável sobre compostagem em casa e posto abaixo vídeos de uma solução que não precisa de cuidados insanos (como regar, revirar, triturar,...) para que a compostagem dê certo, a composteira se autorregula se for carregada de forma correta.

Mais informações no pdf ou pesquise no blog www.maiscommenos.net

1. O que é compostável, o que é lixo e o que vai para as galinhas:


2. Fazendo a composteira



3. Canteiro de capilaridade (dicas de plantas para evitar "pragas")



Abraços a todos.

PS: Sei sei, fico dias sem acessar o fórum ou quando entro não posto nada... na verdade fico morto de vontade, mas o tempo está curto, curtíssimo!!!

PS2: E pior, quando posto, posto essa coisa que não tem nada a ver com o fórum, tudo bem que está no off-topic, mas...

Legal, Marcus, aqui onde moro, Itabira, é tida como "modelo" de coleta seletiva, reciclagem e aproveitamento de resíduos. Tá até na Wikipedia :

Citação :

No Brasil, as prefeituras de cinco cidades fornecem serviço de coleta seletiva a 100% das residências. Esses municípios são: Curitiba (PR), Itabira (MG), Londrina (PR), Santo André (SP), Santos (SP) e Diadema (SP).[2]

Sempre achei essa conversa meio "papo", pois é uma cidade de 'proporções desproporcionais' em relação as outras. Tb pq eu acho uma grande bosta (sorry), pq apesar disso o povo daqui tem vários costumes pouco ecológicos, por exemplo queimadas (não falo só em queimadas em matas ou lotes, mas em casa mesmo: é muito comum a pessoa não jogar o lixo fora, e sim tacar fogo!). Tb tem muito mania de lavar carro e lavar calçada. Não sei o q é isso! Acho q minha vizinha lava o carro a cada 30 km rodados, ou menos, pois o carro fica o tempo todo dentro da garagem - só sai pra ser limpo! Agora, de q adianta separar o lixo se gasta isso tudo de água sem necessidade?

Sem contar outras milhões de coisas, pois a cidade é mineradora e TUDO q existe aqui é impacto ao meio ambiente. Aliás, tudo é impacto, não?

Então, como aqui tem toda essa propaganda ecológica, tem também muita campanha educativa, muita oficina, etc. Durante o ano passado, aqui na faculdade, nosso "núcleo" de música fez umas oficinas com uma escola municipal, ensinando a construirem instrumentos musicais com material reaproveitado. Aí, na recente semana do meio ambiente, fomos convidados pra fazer uma apresentação com esses alunos, no distrito de Ipoema, aqui perto. Acabou q ficamos o dia todo lá e participei de uma oficina de compostagem, tipo desses vídeos aí (não assisti mas imagino q sejam princípios semelhantes). Bem interessante, mas minha mulher e eu ainda pecamos por não termos plantações no nosso AP. Tenho só um bonsai de jaboticaba, e há poucos dias ganhamos uma muda de pitangueira, q ainda não plantamos. Ficaria satisfeito em ter no mínimo um pezinho de manjericão.

A gente gera muito resíduo desse tipo, pois dificilmente tem carne em casa e consumimos muitos legumes e verduras. Vai tudo pro lixo, mesmo . A rotina de coleta aqui é terça, quinta e sábado a coleta de "tudo" (q vai pro aterro), e só na segunda-feira recolhe-se os recicláveis (q não são separados, vai tudo junto, deve ser separado depois nas cooperativas ou sei lá onde). Tb sei q o aterro aqui não é propriamente "sanitário" - ouvi falar q faltam alguns detalhes pra deixar de ser "lixão".

Também não usamos muito óleo, mas qndo se usa daquele jeito q "sobra" bastante, vamos guardando numas garrafas pet e depois levamos numa escolinha munipal perto de casa q recolhe pra fazer sabão. Aliás, faz tempo q não faço isso, já temos bastante óleo guardado pra levar d enovo.

Qndo morava em sampa numa república, o nosso prédio tinha lixo separado e um barril bem grande ficava na garagem, onde se deveria jogar o óleo usado. Sempre sobrava pro garotão aqui descer de elevador com panelão cheio de óleo preto fedorento. Mas nada mais fedido que esse barril de óleo usado. Ô coisa horrorosa!! Acho q a gente não deve mesmo botar isso pra dentro do nosso corpo .

Já faz 2 semanas e minhas minhocas estão bem vivinhas, saltitantes e se reproduzindo... Acho que essa semana faço novos módulos...hehehe

Marcus,

Eu moro em apartamento super pequeno, mas me interesso demais por estes assuntos, esta semana andei olhando coisas sobre o esgoto até fia uma postagem no meu blog:

http://olavolu.blogspot.com/2011/07/tratando-o-proprio-esgoto-coisa-simples.html

ninocoutinho escreveu:

Tb tem muito mania de lavar carro e lavar calçada. Não sei o q é isso! Acho q minha vizinha lava o carro a cada 30 km rodados, ou menos, pois o carro fica o tempo todo dentro da garagem - só sai pra ser limpo! Agora, de q adianta separar o lixo se gasta isso tudo de água sem necessidade?

Hoje pela manhã fui levar o pequeno Bernardo para dar uma volta de bici na praça, e tinha dois caras tipo pitbull, lavando 3 carros, um deles inclusive estacionado na calçada da praça, isso me irrita muito.

Mas para "desestressar" nada como uma postagem assim:

http://olavolu.blogspot.com/2011/07/meu-baita-ciclista.html

Olavo escreveu:

Marcus,

Eu moro em apartamento super pequeno, mas me interesso demais por estes assuntos, esta semana andei olhando coisas sobre o esgoto até fia uma postagem no meu blog:

http://olavolu.blogspot.com/2011/07/tratando-o-proprio-esgoto-coisa-simples.html

Essa idéia é para a casa que estou projetando, tratamento de esgoto da forma por canteiro de evaporação (por meio de plantas), captação da água das chuvas, geração de energia elétrica, etc...

Acabo de voltar de um workshop de construção em bambu com o Guilhermo Gayo (takuararenda.org), na verdade é um curso de permacultura.

Muito bacana, ... muita coisa para aprender ainda...

Marcus Del Mastro escreveu:

Olavo escreveu:

Marcus,

Eu moro em apartamento super pequeno, mas me interesso demais por estes assuntos, esta semana andei olhando coisas sobre o esgoto até fia uma postagem no meu blog:

http://olavolu.blogspot.com/2011/07/tratando-o-proprio-esgoto-coisa-simples.html

Essa idéia é para a casa que estou projetando, tratamento de esgoto da forma por canteiro de evaporação (por meio de plantas), captação da água das chuvas, geração de energia elétrica, etc...

Acabo de voltar de um workshop de construção em bambu com o Guilhermo Gayo (takuararenda.org), na verdade é um curso de permacultura.

Muito bacana, ... muita coisa para aprender ainda...

Coincidência? No vídeo que vc postou aparece o Leo que participou comigo do curso de bambu...

É coincidências da vida!

Eu ando um pouco bastante frustrado! Pois moro em um "apertamento" e logo vou mudar para outro,m melhor um pouco, mas não dá para fazer nada do que realmente gostaria.

Meu sonho é construir uma casa muito bem planejada, utilizando todas as técnicas disponíveis para ter o menor impacto possível no ambiente, com muito verde, espaço, sem deixar o conforto de lado (de preferência com "zero" impacto)! Já vi algumas coisas bem legais, inclusive visitei uma casa num comdomínio que utilizava a permacultura aqui em Porto Alegre, idealizado pelo Otávio Urquiza.

Abraços e nos mantenha atualizados dos projetos, já é um gosto ver pessoas fazendo isso!

A compostagem tem dado certo, mas é bom avisar que para uma família de 5 pessoas que comem dia e noite em casa, comem muitas frutas e legumes, a torre com 120L para compostagem é muito pouco

Costuma-se ver para vender essa torre com 3 caixas - 2 delas de 60L e uma para recolher o chourume - indicada para família com 5 pessoas, porém no site do "fabricante" está claro que é para famílias que comem pouco em casa.

Estou dimensionando o meu sistema de compostagem com algo entre 320L a 400L para a minha família.

Agora preciso testar outras coisas:
- canteiro de capilaridade - as hortaliças não precisam ser regadas, mantém-se o canteiro ligado a um reservatório de água e por capilaridade essa água vai subindo.
(os 2 últimos vídeos do primeiro post ou http://www.sempresustentavel.com.br/terrena/vasos/vasos-ecologicos.htm)

- captação de água da chuva - é necessário separar a "primeira" água e chuvas fracas que vêm com sujeira do telhado.
(http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.htm)

- forno/fogão solar (youtube - diversos modelos)

- biodigestor e biogás - esse é o mais desafiador...

Ainda, buscar detalhes do banheiro seco e mais detalhes do canteiro de evaporação (tratamento das águas negras)... e muita coisa sobre geradores de energia elétrica.

Algumas coisas não poderei testar antes de construir a casa, como o aquecedor de água solar de baixo custo, a mais importante é que ele é de temperaturas mais baixas, evita queimaduras e reduz as perdas de energia (maior volume d´água, menor diferença de temperatura = menor perda) e com isso não necessita de tubulações especiais.
(http://www.sociedadedosol.org.br/)

Grande Marcus, vai atualizando a postagem sempre!!! Parabéns!

Muito legal saber que vcs estão antenados e praticando permacultura urbana.
Para quem não sabe já fiz vários cursos que iam desde criação de camarão da malásia e rãs e até meus últimos de design em permacultura no IPEC e de construções sustentáveis no IPEMA.
Não é a toa que meu mestrado é em Ecodesign.
A parte difícil de se viver de forma sustentável, é começar e não desanimar, acho que essa troca de informações e de vivências é que vai permitir que mais e mais pessoas avancem e percebam que é possível e viável viver bem sendo sustentável.
E o melhor lugar para se começar com certeza é em casa começando com pequenas ações.
Parabéns por terem levantado esse assunto!
Terei o maior prazer em trocar informações e experiências sobre :
Permacultura
Energia alternativa
Banheiro seco
Construção sustentável
Reciclagem
Aproveitamento de água de chuva
Biodigestores
Aquaponia
Entre outros...

Pedro, obrigado por se colocar a disposição.
Vem bem a calhar!

Queria ter feito alguns cursos no Ipema que é aqui perto (no Estado de São Paulo) e me parece que é um dos institutos bem "opensource" e com bastante experiência.

1. Construção sustentável
Queria sabem mais sobre a parede leve feita de terra e bambu (não é exatamente um pau-a-pique), me parece que são feitas esteiras de bambu que são fixadas em uma estrutura leve de madeira/bambu e depois é colocada uma camada de terra por cima. A minha maior dúvida é que tipos de cuidados precisamos ter com essa camada de terra que vai por cima.

2. Aproveitamento de água de chuva
Saberia dizer se é possível aproveitar a água da chuva como água potável numa cidade média? Que tipos de tratamento precisamos dar a ela. Sei que passa por um separador de folhas e depois é descartada as primeiras águas, mas ainda não sei o que fazer depois, é só armazenar mesmo? Ouvi algumas pessoas que colocam uma tal de "pedra calcárea", o que seria isso? A idéia é que desse pelo menos para usá-la para lavar mãos, tomar banho e regar a horta...

Abraços,

ZÖHRER escreveu:

Muito legal saber que vcs estão antenados e praticando permacultura urbana.
Para quem não sabe já fiz vários cursos que iam desde criação de camarão da malásia e rãs e até meus últimos de design em permacultura no IPEC e de construções sustentáveis no IPEMA.
Não é a toa que meu mestrado é em Ecodesign.
A parte difícil de se viver de forma sustentável, é começar e não desanimar, acho que essa troca de informações e de vivências é que vai permitir que mais e mais pessoas avancem e percebam que é possível e viável viver bem sendo sustentável.
E o melhor lugar para se começar com certeza é em casa começando com pequenas ações.
Parabéns por terem levantado esse assunto!
Terei o maior prazer em trocar informações e experiências sobre :
Permacultura
Energia alternativa
Banheiro seco
Construção sustentável
Reciclagem
Aproveitamento de água de chuva
Biodigestores
Aquaponia
Entre outros...

Minha esposa e sogram compraram um terreno aqui:
http://www.portaldosol.org.br/

vai ser uma vila ecológica na serra gaucha,

Olá Marcus vou ver se consigo responder:
Vc conhece o trabalho do Miguel Aloysio Sattler
Tem muitas informações interessante no projeto dele "habitações de baixo custo mais sustentáveis ".
Tenho uma cópia em PDF me de seu e-mail que te envio.
Quanto

1. Construção sustentável
Queria sabem mais sobre a parede leve feita de terra e bambu (não é exatamente um pau-a-pique), me parece que são feitas esteiras de bambu que são fixadas em uma estrutura leve de madeira/bambu e depois é colocada uma camada de terra por cima. A minha maior dúvida é que tipos de cuidados precisamos ter com essa camada de terra que vai por cima.

Pela sua descrição, me parece aplicação da técnica do Cobi sobre uma superfície.
As vária técnicas de construção com terra tem algumas coisas em comum:
Nunca usar terra contendo matéria orgânica.
A relação areia e argila deve ser controlada e corrigida.
Para paredes finas ou com suporte acrescentar fibras vegetais estabilizadas ( já secas)como papel, capim, juta etc.sendo bem pisadas ou sovadas antes de aplicar sobre a estrutura.
Veja em:




Com relação a água de chuva,
2. Aproveitamento de água de chuva
Saberia dizer se é possível aproveitar a água da chuva como água potável numa cidade média? Que tipos de tratamento precisamos dar a ela. Sei que passa por um separador de folhas e depois é descartada as primeiras águas, mas ainda não sei o que fazer depois, é só armazenar mesmo? Ouvi algumas pessoas que colocam uma tal de "pedra calcárea", o que seria isso? A idéia é que desse pelo menos para usá-la para lavar mãos, tomar banho e regar a horta...[quote]

O problema de se ter água de chuva potável se relaciona mais aos poluentes presentes no ar, jogados por fábricas, refinarias etc.Não é tanto pelo porte da cidade.
Mas para se falar de água é necessário antes entender o conceito de qualidade da água.
A água potável (inodora,incolora, insípida e esterilizada)só é importante entre 10 a 20% das nossas nescidades residenciais , os outros 80 a 90%restantes podem ter qualidade inferior.
Sendo que praticamente 80% do total se consomem no banheiro, não sendo necessário ser água potável fora a lavagem das mãos e rosto.
Na cozinha é que se mais utiliza a água potável, para beber , cozinhar e lavar as louças.
Por isso a água da chuva é usada em geral para suprir os 80% não potáveis.
No IPEC, toda água da chuva é potável, mas não existem fábricas num raio de mais de 500km, e os ventos não trazem de outras regiões poluidas contaminantes.
As formas básicas de potabilização da água são por:
infiltração
desinfecção
destilação
Sendo que o mais barata ainda é a infiltração.

A água coletada no telhado pode ser potabilizada e seu custo dependerá do tipo de contaminante a ser eliminado.
Para as folhas uma tela na calha de coleta do telhado já deve resolver, para um sistema automático de derivação para eliminar a primeira água que limpa os detritos do telhado existe uma solução bem legal usando tubos de esgoto, e uma bola plástica como as que as crianças usam em suas brincadeiras.
Um tubo de esgoto posicionado verticalmente com um fundo fechado e com uma bica externa para sangria do mesmo contendo a bola dentro que sobe e desce conforme se enche e se esvazia, irá funcionar como válvula que ao atingir um determinado volume fechará e conduzirá a água direto para o reservatório que pode ser bem barato feito em ferro cimento e mais nada.
Tenho um PDF explicativo do sistema para quem quiser.
Vejam o vídeo:





Abraços
Pedro Zöhrer

Valeu pelos vídeos, o primeiro deu uma boa elucidada, o segundo já conhecia.
(enviei meu email por mensagem privada)

Sobre a pedra calcárea que muitos utilizam vc sabe qual é a função?

Sobre a potabilidade: mesmo que a minha água coletada (com descarte das primeiras águas + separador e talvez filtro) fosse considerada potável por análise química, ainda sim não usaria ela para beber, nem fazer comidas, mas utilizaria sem dó nos banhos, lavar mãos, alimentos. Os demais usos, também, lavar roupa, horta, etc...

Já para a bacia sanitária que tende a ser seca mesmo (estou descartando a idéia apesar de bonita do canteiro de evaporação), falta decidir se será como como do IPEC (com compostagem in loco) ou como os basons/basecos (bacias secas) convencionais, em que, de quando em quando, tem-se que retirar o "conteúdo" e colocá-lo numa compostagem. Ambos os casos precisa ser uma compostagem especial que garanta a morte de qualquer tipo de patógeno.

Obrigado e abraços