Ontem, pra variar, me juntei a uma galera de BH e rumamos pra Gruta da Lapinha, uma formação natural antiquíssima, com pinturas rupestres e tudo, lá pras bandas de Lagoa Santa (região metropolitana de Belo Horizonte).
Fomos num grupo de 10 ciclistas, com 5 mountain bikes hardtail, duas full suspension, uma bike de freeride, uma aro 26 com pneus 1.0 e uma reclinada touring!
Meu celular ficou sem bateria e meu ciclo parou de marcar nos 104 km, mas estudando a rota, pra todos o pedal passou de
130 km - pra mim sempre um pouco mais, pois ainda faço toda uma via sacra, antes de voltar pra rodoviária e embarcar pro regresso ao lar.
É curioso pois, sempre q fazemos nossos rolés praquelas bandas, a gente percorre uma rota que, inicialmente, é um dos treinos preferidos dos espideiros, e vamos em direção a algumas das localidades mais procuradas pelo pessoal que curte ir pras trilhas. Então, é sempre de lei: na ida, de manhã, o pessoal de speed vai nos deixando pra trás (ou só passando do outro lado da pista) e, de tarde, os carros com as mtbikes nos racks vão nos ultrapassando (e são muitos, muitos!), em geral buzinando e tal.
Aqui procêis, ó
:
Desta vez, foi a primeira ocasião em que pedalei com esse pessoal por estradas de terra (eu não sabia que isso ia ocorrer!). Era só estradão, uns 8km na ida e uns 6 volta, mas a terra batida limpinha era exceção, o padrão eram muitas pedras, buracos, areia, três subidas bem loucas e alguns cães assassinos hehehe. Por incrível que pareça (aliás não é nada incrível pra pessoa com uma boa experiência), bikes de características tão distintas conseguem andar juntas sem grande trabalho, indepedente se o terreno era mais hostil como essas estradas, se eram uns paralelepípedos horrendos (nossa, isso tb teve muito) ou se era asfalto lisinho e convidativo, se eram subidas insanas ou descidas alucinantes em asfalto todo remendado e esburacado. Lógico q, dentro do grupo, a gente tende a aproximar o ritmo de pedal: quem pedala mais forte, segura a onda, e quem ainda tem menos preparo, faz um esforço maior pra acompanhar. Mas bike alguma foi restrição, e por sorte não tivemos maiores incidentes, a não ser uma corrente arrebentada que foi consertada tão rapidamente e com tanta discrição, que a maior parte do grupo nem percebeu.
Pneu 1.0 no estradão
!
Ah, detalhe, tem um senhor italiano de 72 anos, que SEMPRE pedala conosco, e faz um pedal perfeito, vc nunca vê ele morto ou exaurido, claro que no fim de uma subida todo mundo põe os bofes pra fora, mas o ritmo dele é espetacular, meu sonho é chegar à essa idade com essa disposição e equilíbrio
.
Outro cara bem autêntico em nosso grupo é um camarada que não abandona o estilo dele de freeride por nada: calça jeans, camiseta listrada e um puta sapato, além, claro, da bicicleta característica. Não importa a extensão do pedal; em todos os passeios com mais de 100km, ele está presente com estas vestimentas e equipamentos
. É curioso pois o pessoal dessa onda dele, com certeza não costuma gostar de fazer esse tipo de trajeto, com esse tipo de grupo. Ele sempre vai e com ele não tem tempo ruim:
Mais um indivíduo fundamental e q também marca presença sempre, é esta figura de ciclismo bem urbano. Ele sempre toma a iniciativa de "fechar o grupo", q é algo importantíssimo em pedais com mais pessoas. Entre as funções dele, estão deixar ninguém pra trás (assim ninguém passa perrengue sozinho, a não ser ele mesmo, o q é foda), controlar o trânsito, sinalizar o grupo para os carros. As comunicações são pelo apito e, claro, gritos:
Em geral, nosso roteiro é muito parecido: marcamos um ponto de encontro num local fácil em BH, vamos pedalando pela manhã com boas paradas, chegamos ao nosso destino, almoçamos e depois de um tempo, fazemos a volta, que tem sempre um quê de mais complicado pois pega o trânsito de volta à capital num domingo fim de tarde/início de noite e, qnto mais demorado tiver sido o trajeto até então, mais a gente faz pedal noturno nessa chegada, o que exige uma dose de atenção grande. Já fiz isso várias vezes na Berimbosa e deve ser a segunda vez q faço na Fox, e de novo dá pra fazer isso tudo num grupo bem coeso.
Algumas fotos do roteiro descrito:
Um negócio que queria comentar, e garanto q não é pra me gabar, é q desse grupo, 3 pessoas não me conheciam e, os primeiros comentários sobre a reclinada, nos primeiros quilômetros (além daquele monte de perguntas antes do início do pedal, sobre equilíbrio, dor na costas ou dor no pescoço, etc), eram elogiando a velocidade nas descidas, q realmente é impressionante pois naquelas descidas longas, que são muitas desde o início do trajeto, eu vou passando todo mundo mesmo, sem esforço algum. Com o decorrer do passeio, em especial mais próxio ao fim, os comentários sobre as descidas nem mais apareciam, e sim destacavam minha performance em
subidas - não sentia ser um elogio gratuito à bicicleta, afinal sempre tem aquela desconfiança, mas sim um lance de admitir que a reclinada não traz consigo um potencial natural de ser RUIM de subir, pelo contrário, o negócio tá na perna do camarada, mesmo, sendo que as minhas pernocas ainda deixam muuuito a desejar, mas num grupo heterogêneo como era o nosso, tinha um desempenho de destaque e não é possível que aquela bicicleta doida esteja atrapalhando. Talvez, TALVEZ fique até a hipótese no ar pros caras, de que aquela bicicleta, com toda aquela estranheza, não propicie mau rendimento e, quem sabe, ainda dá um help. Bem, eu tento sempre passar essa mensagem. Mas não foi dessa vez que arranjei mais adeptos, acho, hehehehehe
, mesmo assim o interesse e curiosidade é grande.
Abraços,
Nino