Frequentemente, quando explico para alguém que minha pedivela é mais curta que o "normal", a pessoa argumenta uma suposta "perda de alavanca"... Já nem tenho mais paciência de explicar que não é por aí, que o braço da pedivela é apenas uma das várias "alavancas" do trem de força, etc. Mas mesmo sabendo disso, às vezes a falta de fé (em qualquer coisa!) que me é característica me faz indagar se eu não seria mais rápido com uma pedivela mais longa. Assim como me pergunto se eu seria mais rápido com um guidão esquilo, com um capacete aero, com uma roda dianteira de perfil alto, com uma roupa de TT, etc. Lembrando que a comparação com essas coisas todas nem é justa, pois elas muito provavelmente resultariam em mais velocidade, enquanto que uma pedivela mais longa provavelmente não.
Ocorre que encontrei por acaso na Internet um post em um blog com uma experiência interessante, de alguém que resolveu por à prova o famoso estudo de Jim Martin segundo o qual a potência não varia significativamente com o comprimento da pedivela. Segue o link:
http://bikeblather.blogspot.com.br/2014/07/crank-length-whateverwithin-reason.html
Os resultados da experiência:
Com pedivela de 175 mm:
Time = 12:50, Power = 289W, Cadence = 73 rpm, HR = 170bpm
Com pedivela de 150 mm:
Time = 12:50, Power = 286W, Cadence = 84 rpm, HR = 171bpm
Tempo exatamente igual, potência quase igual (diferença dentro da margem de erro do medidor de potência), cadência proporcionalmente mais alta (quase exatamente na mesma proporção do encurtamento da pedivela) e frequência cardíaca também quase igual (dentro da margem de erro). Tudo como era de se esperar. Conclusão: vou continuar com minha pedivela curtinha!