preservar joelhos ou coração num audax?

Salvem,

tenho notado que para mim, em uma subida de reclinada, a frequência cardiaca é menor com cadência menor em subidas de inclinação média.
Ou seja, canso menos o coração mudando a marcha para relações mais pesadas o quanto antes, ao invés de ficar girando muito.

Pode ser que isso se aplique a minha pessoa.

Mas dai fiquei na dúvida. Por que sempre fui fã e seguidor da cadência alta.
Mas tenho cansado mais (vide frequêncimetro) mantendo essa cadência alta por muito tempo.

E num brevet, me parece razoável evitar cansar para ter energia pros quilômetros finais.

Talvez com treino de cadência alta, a frequência cardiaca tenda a diminuir. Mas enquanto o treino não faz efeito?
Poupar coração ou joelho durante os brevets mais longos?

abs

marcelo

marcelo_montanhista escreveu:

Talvez com treino de cadência alta, a frequência cardiaca tenda a diminuir. Mas enquanto o treino não faz efeito?
Poupar coração ou joelho durante os brevets mais longos?

oi Marcelo


me parece que, se a idéia é "poupar o coração", isso não precisa ser feito
às custas da técnica de pedalada/cadência/joelhos etc -
basta simplesmente trocar para uma marcha mais leve,
e assim diminuir o esforço (sem diminuir a cadência, ao menos não significativamente)

como você observou, com treino específico, a potência melhora, e a resistência tbém

pelo pouco que entendo de treinamento esportivo,
o fundamental é treinar intervalos no limiar de lactato ou próximo dele

é isso - mais o tempo de recuperação, que é crucial - que nos faz ficar mais fortes

https://recliforum.forumeiros.com/ciclismo-reclinado-geral-f2/dicas-de-treinamento-hans-wessels-t132.htm?highlight=wessels

Essa comparação entre subir a uma cadência alta numa marcha leve ou subir a uma cadência baixa numa marcha pesada presume a mesma velocidade nos dois casos?

Se a musculatura está treinada e se a reposição energética é adequada (carboidratos, etc.), pode-se "forçar" o coração à vontade, desde que não ultrapasse o seu limiar de lactato (limite em que o esforço torna-se anaeróbico).

Mantendo-se o esforço próximo ao limiar de lactato tem a vantagem de fazer com que o corpo, cada vez mais, suporte um limiar mais elevado. Em outras palavras, se bem treinado você pode progressivamente colocar mais esforço no coração sem que "morra no gás".

Existem diversas maneiras de conhecer o seu limiar de lactato. Existem exames laboratoriais (mais confiáveis), fórmulas aproximadas (como fazer esforço pesado por 30min e obter a média de frequência cardíaca dos 20min finais), ou então conhecendo bem o próprio corpo (p.e.: a respiração fica ofegante ao ultrapassar o limiar de lactato).

Salvem,

Artur, penso que o tempo de recuperação que vc citou é chave fundamental. boa!

RT, certo, com mesma velocidade nas duas cadências, foi falha minha não ter especificado.

Daa- Esse limiar lactato me parece que muda a medida que a pessoa vai entrando em forma não?

abs

marcelo

marcelo_montanhista escreveu:

Salvem,

Daa- Esse limiar lactato me parece que muda a medida que a pessoa vai entrando em forma não?

Sim, como o Artur disse, se você deseja melhorar o condicionamento, o ideal é trabalhar próximo do seu limiar de lactato para que esta frequência possa ser progressivamente empurrada pra cima. Esforços acima do limiar só para situações específicas e de curta duração, como sprints ou time trial curtos.

O meu limiar de lactato gira em torno de 180bpm ("aferidos" informalmente). Em pedais mais longos (acima de 100km) sem grandes pretensões de treinamento eu deixo uma margem e evito passar de 170bpm. Dessa forma eu elimino o coração como um dos possíveis responsáveis por uma eventual exaustão física; mas tenho que garantir ainda que a reposição energética está sendo administrada adequadamente e minha musculatura/articulações podem suportar todo o esforço.