Vou repetir aqui a resposta que dei lá (a qual talvez nem seja publicada, pois o blog está sujeito a moderação):
Achei esse post uma cretinice. O sujeito concorda que não se deve admitir que um carro seja usado como arma, mas logo depois dilui o discurso com um monte de baboseiras, como "não acredito, pessoalmente, que nosso sistema judiciário traz alguma mudança efetiva para a sociedade", "não entendo como manter uma pessoa encarcerada pode causar alguma mudança social" e a pérola do parágrafo, "a responsabilidade da sociedade frente ao ocorrido".
Fico impressionado com a capacidade de alguns ciclistas (e até cicloativistas) de produzir um material digno de ser usado pelos advogados de defesa do atropelador criminoso. Brilhante trabalho de transferência de responsabilidade de um criminoso comum para a sociedade como um todo.
Provavelmente o articulista sente dificuldade em qualificar o quase-homicida como criminoso comum porque não detecta em si mesmo uma propensão a reconhecer aquele como cidadão VIP, menos merecedor do cárcere do que os egressos de classes sociais desfavorecidas.
Os participantes do protesto estão de parabéns pela mobilização para que esse triste episódio do atropelamento criminoso não fique impune. O mesmo não se pode dizer do discurso pernicioso do articulista, o qual só enfraquece o ativismo. Lamentável.