Entonces, pessoas, nas minhas espremidas férias recentes, consegui apertar uma cicloviagenzinha no meio!
Quando eu fiz
Santos-Paraty, na Fox, acabei, ao final, tendo que pegar um coletivo pra Angra, onde embarquei pra BH. Fiz esse trecho da Rio-Santos dentro do balaio, e achei tão bonito, fiquei com vontade de fazer alguma outra viagem, na qual eu passasse por ali também, mas desta vez, pedalando.
Como eu estaria de férias no sul de minas, minha terra, comecei o planejamento muito antes de partir: bolar um rota, com as quilometragens adequadas e pousos seguros, de modo q minha viagem durasse uns 10 dias e q de alguma forma eu passasse pelo trecho requisitado, saindo do sul de minas e chegando ao litoral. Bem, tudo isso é desculpa pra viajar hehehe.
Pra cicloviagem ficar bacana, não basta seguir o caminho q seria mais lógico de carro... tem q pegar as estradinhas mais agradáveis
.
Depois de muito matutar, acabei descobrindo a antiga estrada rio-são paulo, com um trecho batizado de
Estrada dos Tropeiros, sobre a qual se estende um circuito turístico: o vale histórico ou roteiro
Caminhos da Corte.
Achei bacana a história da estrada e o aspecto das cidadezinhas no entorno. Resolvi então q passaria por ali. E de algum lugar dali desceria pra Angra.
No entanto, esse roteirozinho caminhos da corte é algo bem valorizado de $$$$$
. Não é pro meu bico a maioria das coisas q estão no site. Hotéis fazenda com diárias acima de 250 por pessoa... Sem chance. Mas pesquisei e pesquisei, e acabei descobrindo pousos mais em conta, e tb fui hospedado como convidado, numa fazenda histórica em Bananal (a
Fazenda dos Coqueiros)
Mas pra chegar lá, saindo de São Lourenço, no sul de minas foi um parto resolver como fazer... isso pq a estrada de asfalto q sai de lá, é impedalável: sinuosa, sem acostamento e com intenso trânsito. Optei pelos caminhos de terra e peguei dois trechos do
Caminho dos Anjos (na verdade, os dois trechos finais desse caminho).
Muito lerdo e inexperiente com essa história de estrada de terra, quis fazer um dos trechos como teste, uns dias antes de iniciar a viagem. Preparei a bike e levei praticamente toda a minha tralha:
Sim, fui de bike normal. Pela net alguns me perguntaram por quê (por exemplo o Olavo e o Ogum777), e pessoalmente MUITOS me perguntaram, pq não fui de reclinada... Bem, no início eu dei mil desculpas, mas acho q a verdade é q eu queria ir de bike normal, mesmo
. Outra coisa é q essa bike estava muito sub-utilizada e eu precisava usar, sendo q gosto dela pacas! Outra é q seria mais prático, pois consigo botá-la dentro do malabike e ninguém me atormentar no busão. Outra é q ela não voltou pra cá, mas ficou no sul de minas, e HOJE eu não faria isso com uma de minhas reclis hehehehe preciso delas perto de mim! E eu tb queria me testar nas cicloviagens em bike normal, pra ver como sairia. Bem, não poderia ter sido melhor!
Mas nem tudo começou tão bem. Nesse dia de testes, em q eu pedalaria uns 23km em estrada de terra, logo nos primeiros 5km, meu paralamas dianteiro desceu... travando a roda dianteira! Apesar de estar levando quase toda a tralha, não tinha levado as chaves de boca necessárias para regular a posição do paralama, ou mesmo para tirá-lo... Tive que amargar um empurra bike duns 2km (e não um empurrabike comum pq a roda dianteira estava travada, eu tinha q carregar a bike levantando a frente), até encontrar uma fazenda onde avistei um tiozinho. Gritei pra ele lá de longe, morrendo de medo da provável resposta negativa:
- O senhor tem uma chave de boca aí?
No que ele me responde, felizmente:
- De qual medida??
Pois bem, resolvi meu problema ali mesmo:
Aquela coisa protuberante por baixo da capa laranja é o paralamas guardado.
Ainda ganhei do tiozinho a chave de boca que precisava hehehehe!!!
No mais deu tudo certo e considerei-me pronto para a viagem, que teve início uns dias depois. Vou fazer um relato brevíssimo de cada dia, mas já aviso que cada dia foi sensacional, e parecia q a viagem só ia melhorando, eu ia conhecendo pessoas mais e mais fantásticas e tal... Amei!
1o. dia: São Lourenço a Virgínia:Um trecho bem curto, mas foi assim pois eu só começaria a pedalar depois do almoço. Eram 20 e pouquinhos km de estrada de terra, precedido de alguns de paralelepípedo, e seguido de uns 4 de asfalto.
Comecei dando uma voltinha na cidade (que não tem grandes novidades pra mim) só pra provar q eu saí de lá hehehe:
Logo começa a estrada de terra:
Que percorri sem maiores ocorrências, apesar de ter chovido um pouco nos dois dias anteriores:
Minha principal dificuldade foi isso aqui, mas acabei superando:
Não sem antes esperar um bom tempo pra ver se alguém ia passar!! Como ninguém apareceu, segui bem:
O asfalto começava aqui:
E logo cheguei no meu primeiro pouso, o Pesqueiro 13 Lagos, em Virgínia, parada oficial do caminho dos anjos:
2o. dia: Virgínia - Passa Quatro - CruzeiroDe novo 20 e poucos km de terra (até chegar em passa quatro, dpois mais uns 30 de asfalto), mas com expectativa de ser mais difícil e pela altimetria e condição da estrada. A partir daqui eu não sabia como ia ser:
Mas foi tranquilo e não tem muito como se perder - o caminho dos anjos é muito bem sinalizado:
E o dia estava pra lá de lindo:
Logo descobri a primeira e única utilidade para a faca q levei na viagem: abrir o potinho de SUUM (repositor hidro-eletrolítico)!!
Depois de muito subir, começa a descida:
No meio do caminho, uma queda d'água apertada q não dava muito jeito de se molhar:
E ao final da descida, que é bem espertinha e com boa dose de pedras, chegando em Passa Quatro, percebi q meu bagageiro dianteiro havia se quebrado em 4 pontos de solda!! Não tirei fotos, mas parte pode ser incompetência minha: esse tipo de bagageiro tem muitos pontos de articulação, os quais vc tem q apertar bem mesmo, se não, onde ele cede, vai ter q compensar... bem, não foi grandes problemas, eliminei o bagageiro e passei tudo pra trás:
Esse monte de bike aí é de ciclistas do Ceará, que vieram fazer a Estrada Real e haviam acabado de chegar. Almoçamos no mesmo lugar:
O carro ao lado é do meu pai, que foi pra lá almoçar comigo. E segui viagem:
Belíssimas paisagens nas subidas:
Até chegar lá em cima:
De onde começa a descida pra Cruzeiro, sem registros até chegar no plano de novo rsrsrs:
E cheguei à minha pousadinha:
3o. dia: Cruzeiro - Silveiras - Areias:Outro dia que começou bonito:
Eu pedalaria sentido Dutra, até passar por debaixo dela e começar o caminho pela estrada dos tropeiros:
A estrada é sem acostamento mas sem movimento. O asfalto bem antigo:
Logo chegaria em Silveiras com seus vários atrativos de artesanato:
E almocei no
Restaurante do Ocílio:
Trechos de estrada bem fresca:
Até chegar em Areias:
Que é uma gracinha de cidade! Registro do anoitecer:
E duas placas curiosas:
4o. dia: Areias - São José do Barreiro - Bananal:Deixei minha agradável pousada em Areias:
E ainda na cidade comecei a ser seguido fielmente por um cãozinho:
O cachorro me acompanhou por precisos 13 km!!
Obviamente, fomos perseguidos por outros cães, esses menos amistosos!!
Alimentei-o com paçoca e uma barra de proteína:
E hidratei-o várias vezes!
Última foto que tenho com ele (não, não estou estrangulando-o!):
Felizmente ele desistiu de me acompanhar (pq nas descidas ele ralava muito; nas subidas, ia junto). Quando cheguei na represa do funil, já estava sozinho:
Ipês??
São José do Barreiro:
E mais placas curiosas:
Até chegar a Arapeí:
Onde relaxei, dpois do almoço, fora da cidade, pois dentro estava insuportável: as cidades pequenas são legais, mas infelizmente as pessoas ouvem música ruim em volume muito alto! Só alcancei a paz, distante:
E logo estava na Fazenda dos Coqueiros, meu pouso:
5o. dia: Bananal - Rio Claro - Lídice:Cedinho fui buscar minha bike que tinha dormido na senzala:
E saí de Bananal:
A partir da divisa com o estado do Rio, a estrada fica meio insuportável: até ganha um acostamentozinho, mas ruim de pedalar, dpois o acostamento some, e o trânsito, well, bem puxado:
Meu melhor almoço de todos foi num restaurante simplérrimo em Rio Claro:
Umas subidinhas pra Lídice com ótimas paisagens:
Até chegar à pequena localidade:
E à minha pousadinha na qual seria minha primeira noite acampando, mas a dona me convenceu de que a área de camping era logo em frente ao chalé, e o banheiro do camping estava em reforma... well, aceitei!
6o. dia: Lídice a Angra dos Reis e Ilha GrandeComecei despedindo-me de mais um parceiro:
E segui subindo:
Até começar a descer, e começarem os túneis!
São curtos, mas escuros, estreitos, úmidos e de paralelepípedo! Tem q ficar esperto:
As descidas tavam pra mim!
Até chegar em Angra:
Onde peguei uma embarcação pra Ilha Grande (eu não tava de reclinada mas pude ir reclinado hehehehe):
Cheguei!
No camping, péssima surpresa, se partiu uma das varetas da minha barraca:
O dono do camping foi hiper solícito e substituiu a vareta defeituosa por uma que encontrou entre seus pertences.
Em Ilha Grande não rolam motorizados, com raríssimas exceções (como as motinhos da polícia, o trator de lixo, etc), então tudo é empurrado com força humana:
7o. dia: Vila do Abraão a Dois Rios:Tirei esse dia pra fazer uma das trilhas da ilha grande, talvez a única pedalável. Pra variar, outro dia massa!
Seria mais um dia em estrada de terra. 8km pra ir, 8 pra voltar. Neguei qualquer possível traje mountainbike:
Mas fui que fui!
Catracão pra subir! Metade é subida, direto, metade descida:
Descidinhas:
E muita sombra!
Até chegar em Dois Rios:
Onde aposentei as sapatilhas heheheh:
Visitei as ruínas do antigo presídio
E fui pra praia, mas com o tempo fechando muito seriamente:
Almocei no único lugar possível e voltei rápido, primeiro subindo, dpois descendo nessas pedras, meio saco, tem q ir freiando e os aros fritam com o atrito dos v-brakes!!
Dizem q a trilha pro saco do céu é pedalável, mas um tanto mais difícil. Bem, não seria prudente com a chuva que viria, nem com a bike dura q eu tinha:
Ainda deu pra registrar mais uns instantâneos:
E repousar:
8o. dia: Ilha Grande a MambucabaMadruguei às 05:30 pra dar conta de desmontar a barraca e reorganizar as tralhas:
Pra dar tempo de pegar meu bonde aquático de volta pra Angra; aqui, já cheguei:
E peguei finalmente o trecho da Rio Santos q era a desculpa da viagem!
Em algumas praias particulares, vc é impedido de entrar:
Mas alguns condomínios grandes te "liberam" a entrada, como o Porto Bracuhy, e as ruínas do engenho:
E suas marinas:
Fazendas:
Bem de cima da estrada, avistei umas prainhas secretas:
Área das usinas! Desci...
E pra voltar lá de baixo? Nó, na foto não dá pra ter noção da inclinação. é em pé mesmo! Um dos empurra bikes mais duros...
Do meio da subida, avistei de onde tinha saído rsrsrs:
Mas voltei pra estrada e, contornando as usinas, outras praias:
Até chegar ao meu camping em Mambucaba:
Vila Histórica:
9o. dia: Mambucaba a Paraty:Manhã na praia de Mambucaba, q eu nem tinha visto na noite anterior:
Caminhos frescos:
Praia de Tarituba; creio ser a primeira de Paraty, vindo de Angra:
He-Man!
Entrei n'água...
Entrei em outras praias, tb. Acho q aqui é São Gonçalo:
Almocei numa rocinha em São Roque:
Chegando em Paraty, com o tempo fechando, encontrei com um casal de cicloviajantes q estão dando a volta na América do Sul! Felipe e Pâmela: http://nasrodasdodestino.blogspot.com.br/
E fui pro meu camping reencontrar a Julie, que havia conhecido em fevereiro na outra cicloviagem:
E repousar:
10o. dia: Paraty Mirim e CunhaMeu plano era ir pra Paraty Mirim (alguns km de asfalto mais uns 6 ou 7 de terra) de manhã e, de tarde, pegar carona com um vizinho lá do camping, q subiria de caminhonete para Cunha.
Ainda em Paraty, percebi algo chacoalhando: tava falando um parafuso no bagageiro!! Ele prende o bagageiro ao quadro, e ainda aperta a haste do paralamas...
Corri numa loja de parafusos e comprei o que precisava. Mas não instalei imediatamente, queria ir pra Paraty Mirim primeiro (eu estava sem carga, não ia forçar). Só apertei as hastes com um velcro hehehehe
Meu quatro e último dia de estrada de terra!
Riozinho no caminho:
Até chegar a Paraty Mirim:
Foi o único dia em q entrei de corpo inteiro na água. Enquanto me secava, almocei por ali mesmo:
E mais chapas:
Chegando em Paraty, encontrei com Wilson Gomes! Ele é músico e compro um barco em Paraty, que funciona como hotel:
Boat Hotel.
Passamos mais de hora juntos, pedalamos por toda a ciclovia, empurramos no centro histórico e andamos na contramão no centro ehehehehehhehe foi massa!!
Depois foi pro camping, desarmei minhas coisas e subi de carro pra Cunha. Parada no único bar, pra tomar uma pinga!
Esse bar é curioso, todo mundo q passa por lá pode deixar seu cartão de visita pregado. Achei de um camarada meu, q tinha feito a Estrada Real dias antes, e tinha deixado o cartão do blog dele hehehehe:
Já fui citado duas vezes no blog hehehehe
neste e
neste post.
Em Cunha apreciei o pinhão em conserva. Ô sustança!!!
11o. dia: Cunha a GuaratinguetáAmanheci na minha estalagem:
Com meus friends:
A bike tinha dormido em companhia:
Depois do café reforçado, segui viagem, pro que seria meu última dia de pedal:
Estrada de asfalto antigo:
No caminho encontrei com um pessoal q vinha fazendo a Estrada Real, Frederico e Marcelo. Eles saíram de suas casas sozinhos, mas acabaram se encontrando no caminho e fizeram a maior parte, juntos:
Cheguei a Guará:
E desafiei a lei, na rodoviária!
Peguei a lona da minha barraca, e embalei a bike com um durex q comprei ali mesmo:
Últimas paisagens, já no busão:
e FIM!!!