mercado norte-americano de usadas

As ofertas de usadas nos EUA nunca páram de me causar perplexidade.

Acho que dá pra pagar a passagem, comprar a bici, pagar os impostos,
e ainda é um negócio razoável... bem, não, nessas circunstâncias já não é razoável.

Mas mesmo assim, suficiente para alimentar devaneios.

Bacchettas Ti Aero, Easy Racers de vários tipos, são muito comuns.

Agora tem uma M5 Shock Proof 451 (roda 20" de corrida) só o filé.

Por 1500 dólares.

Ainda periga demorar pra vender, porque a M5 não tem muita presença nos EUA.
e titânio está fora de moda (?!).

http://www.bentrideronline.com/messageboard/showthread.php?t=69559

No caso das Bacchetta, entende-se, porque a Ti Aero foi obsoletada pela Carbon Aero 2.0.

No caso das reclis de alumínio, será que é uma boa idéia comprar uma usada? Quadros de alumínio têm vida útil finita.

Quanto a essa Shockproof, é meio "elefante branco", não? Fica até meio difícil definir em que categoria ela se enquadra. Não é nem uma high-racer, nem uma low-racer; não é de alto desempenho, mas também não é parruda para touring; não é tão leve quanto o que se espera de uma recli de titânio, etc.

Agora vou aguardar as reações indignadas da tropa de "Shockproofers" aí do Sul...

Hahaha.

Nem chance de me causar indignação, porque não faz nenhuma diferença o que outros dizem dela hehehe.

Eu adoooro a minha Shock Proof, continuo apaixonado por ela depois de todos esses anos,
acho-a linda, confortável, super veloz pra minha bolinha, e ainda por cima prática.

Além disso ela é bem diferente dessa aí, que é uma semi low racer (mesma categoria da Hurricane
que é talvez a das reclinadas que mais vendeu unidades na Europa).

O próprio Bram diz que a Shock Proof "roda pequena" pode ser mais veloz do que a M5 loww racer,
em condições urbanas, devido à agilidade. A diferença em desepenho é desprezível a não ser
que você pretenda participar de corridas.

Mas o tema não é a M5, é o mercado de usadas em geral.

Eu acho os preços ótimos, no geral. Mesmo das reclinadas que "estão na moda".

Claro que isso é uma conseqüência do consumismo exacerbado e do poder de compra fantástico dos norte-americanos.
Nada vem do nada...

Ti Aero obsoleta?

Eu diria fora de moda. Mesmo assim, eles só pararam de fazer
por causa de dificuldades com o fornecimento dos tubos.

Podendo escolher entre titânio e carbono, eu fico com titânio.

Implicâncias à parte, você tem razão quanto às qualidades da sua Shockproof 559. Reclinada com suspensão é algo muito bom mesmo.

Também não tenho preconceito contra rodinhas. Na verdade, gostei tanto da conversão da Slyway para rodas de 451 mm que fiquei pensando em fazer algo assim para mim.

Penso que a Ti Aero está obsoleta porque um kit quadro da CA 2.0 novo custa US$ 2.250,00. Não faz sentido comprar uma Ti Aero usada por US$ 3.500,00, preço que vinha sendo praticado antes do lançamento da CA 2.0.

Não tem um negócio de que não pode importar produto usado?? comprar uma bike lá e trazer, não tá incluído nisso? como que se apresenta uma nota de um produto no nome de outra pessoa (se a nota ainda existir)? achava que não tinha jeito. No caso de uma M5, me parece ainda mais crítico, pois ela já é um importado por lá, já deve ter tido imposto americano pago sobre o produto holandês... aí vc vai pagar imposto sobre algo que já é fora de linha...

Todas essas perguntas são de ignorante mesmo, não estou querendo questionar pura e simplesmente. Acho q, se for possível, não deve ser fácil.

ninocoutinho escreveu:

Não tem um negócio de que não pode importar produto usado??

TEM! É proibido por lei, sob pena de apreensão. Tive um problemão quanto comprei uma Rowbike. O vendedor escreveu na caixa, "Used", talvez achando que estava me ajudando. Tive de convencer o fiscal de que o negócio era novo.

e se ele mandar como "gift"? mesmo declarando valor. Presentes não precisam ser necessariamente novos.
abs
marcelo

Acho que comprar usada e mandar vir por frete é fora de cogitação, pelos motivos citados.

O que eu imaginei em meus piores devaneios seria a pessoa viajar e buscar pessoalmente -
como fez o Di Martino com a sua suntuosa Rans.

Nesse caso acho que não tem grande problema ser usado. Porque se você comprasse nova,
e resolvesse usar a bicicleta durante a viagem, ela tbém estaria usada na hora de embarcar de volta.

artur, mas nesse caso e a nota fiscal?
teria de ser comprada usada em uma loja.
abs

marcelo_montanhista escreveu:

artur, mas nesse caso e a nota fiscal?
teria de ser comprada usada em uma loja.

Isso q eu pensei. Se vc não tiver nota, acredito que ou não deixariam trazer, ou calculariam imposto com base em algum valor de bike que o pessoal da receita pesquise na hora, por lá. No caso da M5 de titânio, como configura quase uma "relíquia" por não existir mais (e ainda parece uma obra de arte!), o trem pode ficar ainda mais sério.

Tendo a nota original, acho q pesam duas coisas:
a) a nota não estar no seu nome
b) o valor ser o do produto "novo", ou seja, vc vai pagar imposto sobre um preço mais alto do que o que pagou (mesmo assim entendo que no geral a compra pode sair mais em conta)

Acho que comprando a bike usada numa loja, como o marcelo falou, resolve o problema. Quando descolei minha speed de cromo usadérrima (calculo que ela seja de 1998, 1999), neste ano, comprei numa loja em BH por 500 conto, com nota. Nota da loja, no meu nome, com descrição da bike tudo bonitinho.

Tlvz ainda seja possível importar (sem viajar pro estrangeiro) bikes usadas, com preço de usadas, se for em loja. Por exemplo, essa Optima Cougar que era de mostruário/demonstração:

http://www.recumbentparts.com/detail/0/181/0/0/1281/optima-cougar-20-ex-demo.html

Acho que a loja não precisa colocar, na nota, que a bike é usada, e deve ser tranquilo acertar isso com eles (imagino).

opa,

pelo preço dessa cougar tem que contratar um despachante aduaneiro.

Mas concordo com vc, a bike pode ser usada, basta quem enviar não colocar que é usada.
Eu sugiro colocar bike de "vitrine"ou "demonstration model" algo assim.
abs

Esqueci dum negócio a mais na discussão:

Sei que não tem peso "oficial" e que em fórum dá de tudo , mas numa discussão antiga no fórum pedal, um cara lá postou:

Citação :

epyoneda Escreveu:

Senhores,
Certa vez ouvi dizer que bike usada não paga imposto. Confirma esta informação?

Não. Tu não conseguirá uma justificativa legal adequada para isentar a bike da cobrança de imposto pois, via de regra, a importação de produtos usados não é permitida por lei. Existem algumas excessões nessa regra mas nenhuma delas contempla bicicletas.

epyoneda Escreveu:

Qual a forma aceita pela alfândega para prova de bike usada?
Somente se a bike viesse para cá como parte da "mudança" (morou no exterior por algum tempo e está trazendo bens pessoais contigo, por exemplo). Mesmo assim, existem umas regras (que eu não vou saber te dizer exatamente agora) para isso no que diz respeito ao tempo de residência no exterior.

Em resumo: comprar bike usada no exterior é praticamente certo que tu vai ter dor de cabeça.

E um trecho dum guiazinho que tirei dum blog dum cara que trouxe uma bike da Áustria:

Citação :

Chegando no Brasil

A pergunta que não quer calar... Declarar ou não declarar a bike? Bom, se você te sangue frio de não declarar e passar com uma caixa grande com logotipos da bike estampados na caixa, boa sorte!
Eu não tive esse sangue frio. Declarei e paguei o imposto.
Como funciona? A coisa é bem simples, você preenche uma ficha, onde constará o produto que você está trazendo (lembre-se, até 500 dólares é isento de impostos). Após o preenchimento, vá para a alfândega.


Na alfândega

Também não é um bicho de sete cabeças. Lá você apresentará a ficha preenchida, o fiscal pedirá a nota do produto e calculará o imposto para você. No meu caso apresentei o comprovante da compra com o cartão de crédito, pois a nota ficou retida no Refound. O fiscal pedirá para você ir até um computador onde você passará o conteúdo da ficha e retirará a guia de imposto devidamente impressa com o imposto a ser pago. Com esta guia, você irá até um caixa (em Guarulhos é uma cabine do Santander) e paga o seu imposto. Pode ser em dinheiro ou com cartão de "débito". Pagou? Volte para a alfândega, apresente a guia paga e finalmente você entrou no Brasil com a sua bike importada.

Ou seja, se não tiver a nota ou comprovante de compra, sei lá o que acontece pra vc comprovar a veracidade das informações que vc preencheu na tal "ficha".

Eu ja passei na alfandega,

eles sempre pedem nota.
E dependendo eles pedem para ver a bike ou produto.

essa de mostrar o comprovante do cartao de credito tb é valido, mas não é garantido.

abs

marcelo_montanhista escreveu:

essa de mostrar o comprovante do cartao de credito tb é valido, mas não é garantido.

Só. Pois é, entendi que ele estava sem nota pois a nota ficou retida no tal Refound, por ter pedido e conseguido o reembolso do imposto local de lá (é o tal VAT? é permitido esse reembolso caso vc não vá usar a bike por lá). Estranho, deveria poder seguir com a nota ou algum tipo de cópia.

Só pra "alimentar devaneios" da galera , se entendi bem como são as cobranças de impostos qndo vc vem do exterior, essa M5 por 1500 dólares custaria aproximadamente 4000 reais. Isso pq o valor bruto dela é 3000 e poucos reais, e por cima disso vc paga 50% de imposto sobre o que exceder 500 dólares. Ou seja, nessa bike, excedem 1000 dólares, aí vc paga 50% disso q é uns 1000 e poucos reais. Soma-se a isto o preço da passagem de ida e volta e do cafezinho no aeroporto, e vc terá uma M5 de titânio em casa

Se minhas contas estiverem erradas, por favor me corrijam. Dependendo do tamanho/peso da embalagem, pode ser q vc pague algum excesso de bagagem no avião de volta.

Hje em dia eu ainda não sei que naipe de bike gringa me interessa...

Os shockproofers do sul podiam fazer upgrades e dispensar suas bikes, hein ???

ninocoutinho escreveu:

Os shockproofers do sul podiam fazer upgrades e dispensar suas bikes, hein ???

Nem pensar. O que eu passei e paguei se faz só uma vez na vida (eu acho).


Tbém, quem ia querer (pagar o que vale)?


A M5 é feia, pesada, suspensão não é necessário, aço não tá com nada, etc e tal...

artur elias escreveu:

A M5 é feia, pesada, suspensão não é necessário, aço não tá com nada, etc e tal...

Poxa, e eu achando que essa bike sua era mais descolada!!

Também não tô entendendo nada... Sempre achei que ele amasse as M5...

Quanto à questão de produtos usados. Liguei pra Delegacia da Receita Federal aqui no RS há uns dois anos pra perguntar sobre comprar pela Internet algo usado e me foi dito que isso havia sido proibido em lei (ou algo do tipo), mas que se eu fosse ao exterior e trouxesse comigo não haveria problema apenas pelo fato de ser um produto usado.

Acho absolutamente intolerável que existam leis que tentem restringir as pessoas no seu direito de escolha de comprar isso ou aquilo para uso pessoal quando não se trata da aquisição de produtos roubados, contrabando ou tráfico de drogas. Coisa de regime totalitário.

Hmpf!!!!

Marco Di Martino escreveu:

Também não tô entendendo nada... Sempre achei que ele amasse as M5...

Alguém não entendeu uma ironia...

Marco Di Martino escreveu:

Acho absolutamente intolerável que existam leis que tentem restringir as pessoas no seu direito de escolha de comprar isso ou aquilo para uso pessoal quando não se trata da aquisição de produtos roubados, contrabando ou tráfico de drogas. Coisa de regime totalitário.

Faltou acrescentar a compra de armas...

Essa proibição de se importar produtos usados serve para que nosso país não vire depósito de lixo dos outros.

Acredito que a razão seja outra de cunho não tão "nobre"... Coisa boa não é lixo... E todo mundo que importa, importa porque a coisa é boa e não porque é lixo...[i]

Marco Di Martino escreveu:

Ninguém que queira importar uma reclinada usada mais conveniente do que a totalidade das bicicletas existentes no Brasil vai querer lixo.... Acredito que a razão seja outra de cunho não tão "nobre"...

Não me referia a reclinadas, mas à abrangência das leis não específicas.

Já se importou pneus usados e, pasmem, até lixo hospitalar (para aproveitar restos de material têxtil contaminado, se não me engano).

Não dá para deixar o empresariado livre para fazer o que quiser... O "laissez-faire" não funciona para todos.

Marco Di Martino escreveu:

Coisa boa não é lixo... E todo mundo que importa, importa porque a coisa é boa e não porque é lixo...[i]

É, mas a vida útil de um quadro de alumínio é finita. Eu não compraria um usado com mais de três ou quatro anos de uso.

Por que me pediste para te avisar sobre a venda do meu quadro da Rans??? Eu o comprei em 2009, logo ele vai completar três anos... Mandei até mensagem pra ti agora há pouco sobre isso.


"Não dá para deixar o empresariado livre para fazer o que quiser... O "laissez-faire" não funciona para todos."

A questão é que não somos o empresariado. Apenas particulares tentando comprar algo diferente para o próprio uso. Mais parece motivo nefasto o que há por trás de uma proibição dessas...

Marco Di Martino escreveu:

Por que me pediste para te avisar sobre a venda do meu quadro da Rans??? Eu o comprei em 2009, logo ele vai completar três anos... Mandei até mensagem pra ti agora há pouco sobre isso.

Mas o seu eu não estaria importando, oras! Se eu importo um quadro e ele quebra logo de cara, não há muito o que fazer.

Se eu comprar o seu e ele quebrar, vou aí no Sul acertar as contas com você! Uahuahuahuahuah!

Brincadeiras à parte, tenho interesse no seu quadro, sim. Acredito que você foi cuidadoso com ele.