Schlitter Encore em PoA

Pois então. Eu fiz alguns testes com a M5 CHR generosamente emprestada pelo Raul.

É difícil comparar pelo seguinte: como não havia condições de fazer um "fit" adequado sem promover grandes modificações, o jeito foi enjambrar um estofamento monstrengo (incluindo encosto de cabeça!) que me permitiu alcançar os pedais, mas tbém alterou várias coisas como diferença de altura entre banco e pedivela (ficou menor), ângulo do encosto (ficou maior) e a rigidez do conjunto (ficou menor com toda aquela tralha entre as minhas costas e o banco).

Mesmo assim, o desempenho foi suficientemente melhor que a minha SP para me render alguns KOMs inesperados...

Outra coisa, a M5 do Raul estava com pneus 23mm (ou talvez 20, não tenho certeza) enquanto que a minha Encore está com 28mm e do tipo mais maleável que existe.

Isso posto, e se a memória não me falha...

...sim, a Encore é bem mais macia.  

Você tem mais ou menos a mesma altura que eu, não? 1m76? xseam de aprox. 41"? Fugindo um pouco do tópico, você acha que conseguiria ajustar a CHR Para você? Supondo pedivela de 150 mm, digamos.

Mordaz escreveu:

Você tem mais ou menos a mesma altura que eu, não?  1m76?  xseam de aprox. 41"?  Fugindo um pouco do tópico, você acha que conseguiria ajustar a CHR Para você?  Supondo pedivela de 150 mm, digamos.

Oi

Não tinha visto esta msg, desculpe.

Na verdade eu já tive a oportunidade de testar a M5 CH.  Fiquei com ela várias semanas por generosa insistência do Raul. Não pedalei muitos kms, justamente pela dificuldade de fazer ajustes provisórios e "não-invasivos".

Se pudesse mexer pra valer nela, creio que sim, seria possível fazer um fit aceitável, indo nos limites do quadro (que é tamanho único)  e dos recursos disponíveis (recorte no banco, suporte mais à frente, banco menos deitado, pedivela curto etc) sem abrir mão do aro 700c em ambas rodas.

Uma coisa que me irrita nesta bicicleta, e outras da categoria, é a total impossibilidade de usar pneus maiores que 25mm. Pra mim isso não faz sentido, considerando que

a) ao contrário das convencionais não existe modelo road, ciclocross, TT etc, é um quadro só pra todos os usos esportivos (e nem pode ser diferente, não há demanda)

b) alguns pneus de 28mm ou até mais largos, além de mais confortáveis e muito mais apropriados para o "mundo real", vem apresentando desempenho excelente, superior até, em resistência à rolagem

Ah, sim,  eu tenho 1,76 m e 108 cm de x-seam.

Uma coisa que não tinha comentado (eu acho) é que eu tinha montado a Encore com o banco Velokraft (!) da minha M5.

Aliás creio que teria sido bom negócio comprar o banco original, que junto com o kit sai muito mais barato do que qualquer banco avulso. Mas pensei que quanto menos euros e menos volume/peso melhor. Acho que nesse caso me enganei, não faria nenhuma diferença no frete e pouca mas taxas.

Acontece que o banco Velokraft estava em muito pior do que eu imaginava, cheio de rachaduras; e piorou rapidamente quando troquei-o para a Encore, ao ponto que parecia que ia literalmente se desmanchar. Então eu o enchi de reforços feitos com uma chapa de inox (!) de 1 mm (nada como frequentar o ferro-velho e ter essa intuição de guardar coisas que aparentemente não servem pra nada). Reinstalei o banco de um outro jeito, mais adequado que o primeiro, e pedalei esses primeiros 500 km sentado nesse frankenstein.

Hoje instalei o banco novo,  que estava encomendado com o Klaus há um tempão.

É uma cópia do meu banco M5 de fibra de vidro que está com ele já anos. A meu pedido, foi feito com mais camadas de carbono que o usual ; ficou muito mais forte mas também menos leve...

...e, ao que tudo indica,  muito mais rígido!

Pois, para minha surpresa, a bicicleta toda ficou um pouco mais "dura".

O conforto, que estava excepcional, diminuiu; a eficiência TALVEZ tenha ficado um pouco melhor do que já era.  Parece que dá pra tirar a bunda do assento e se apoiar na dorsal, fazendo "bridging" e socando a botina, sem que se perceba flexão em nenhum ponto do conjunto quadro-banco.

Uma coisa curiosa é que estranhei um pouco o formato, depois de anos sem usar um banco M5 - muito embora eles sejam aparentemente semelhantes. O apoio de cabeça vai precisar de mais ajustes...

artur elias escreveu:

b) alguns pneus de 28mm ou até mais largos, além de mais confortáveis e muito mais apropriados para o "mundo real", vem apresentando desempenho excelente, superior até, em resistência à rolagem

Boa rolagem eles apresentam, sim, mas e a aerodinâmica?  

Praticamente todos os fabricantes de rodas de carbono de perfil alto enfatizam a importância da interface aro/pneu.  A grande maioria dessas rodas é projetada para usar pneus de 23 mm, mesmo com aros de 24 ou 25 mm de largura na parte que faz contato com o pneu.  Tem gente que até usa pneu de 25 mm, sacrificando um pouco da aerodinâmica em prol da rolagem ou por mais conforto, mas se colocar algo maior que isso, acaba a vantagem de se usar esse tipo de aro.

Mas se você quisesse mesmo uma CHR assim, mais apropriada ao "mundo real", poderias botar um garfo de ciclocross.  Um pneu mais ordo na dianteira provavelmente já seria suficiente.

Meu banco VK também está precisando de reparos... Embora eu tenha sofrido um acidente com ele, credito pelo menos algumas das rachaduras ao sistema de fixação do banco ao quadro. Taí uma área na qual as reclinadas precisam melhorar.

Tenho um clone de banco M5 feito pelo Klaus e gosto dele. Parece que me encaixo melhor nele do que no VK. É verdade que estão em reclis distintas e com ângulos diferentes, mas parece-me que no VK falta apoio lombar. É bom saber que o Klaus ainda está na ativa. E o banco, ficou bonito?

Uma outra opção da qual me vali recentemente foi a Ocean Cycle. Desde que o Dana ficou sem banco VK tamanho Small para copiar, estávamos sem ter de quem comprar bancos desse tamanho (posteriormente o Dana arrumou um banco e agora já está produzindo novamente o VK Small). Tentei contactar o Marcin da Ocean por bastante tempo, sem êxito. Até que um dia ele respondeu. Encomendei um banco, tendo sido advertido de que iria demorar, pois ele estava relocando sua oficina. Ele até combinou um negócio bizarro: disse que faria o banco e só me cobraria quando estivesse pronto. Eu não estava fazendo muita fé, não, mas um belo dia ele entrou em contato, enviou fotos do banco (a meu pedido), acertamos tudo e já estou com o banco. Não me parece tão leve quanto o VK, mas é bem rígido e simplesmente lindo! Dá até pena colocar um seat pad em cima.

artur elias escreveu:

Se pudesse mexer pra valer nela, creio que sim, seria possível fazer um fit aceitável, indo nos limites do quadro (que é tamanho único)  e dos recursos disponíveis (recorte no banco, suporte mais à frente, banco menos deitado, pedivela curto etc) sem abrir mão do aro 700c em ambas rodas.

Essa questão do banco menos deitado é que me incomoda... Acho que eu preferiria uma roda 650c na frente para poder usar o banco mais deitado, se necessário fosse. Meu ponto de partida em termos de ângulo seriam os 18 graus que uso na Performer.

artur elias escreveu:

Ah, sim,  eu tenho 1,76 m e 108 cm de x-seam.

E o teu in-seam, você chegou a medir? Segundo o Bram, é essa medida que determina a viabilidade de uma montagem com roda dianteira 700c.

Quando digo "menos deitado" quero dizer: menos do que a inclinação máxima, que foi como o Raul comprou o quadro. Tem 3 tamanhos de suporte do encosto do banco, o Bram vendeu o mais "radical" pro Raul, que depois se arrependeu. Não é muito fácil trocar, por sinal.

Pelo que já vi em fotos, muita gente usa o suporte maior ou o médio. Não conheço os números, mas me parece que fica em torno de 20 graus.

Eu gosto de "velocidade grátis ", mas também gosto muito de ENXERGAR aonde estou indo...

Na Encore vou tentar baixar aos poucos para descobrir qual é o meu limite em termos de conforto visual /segurança x aerodinâmica.

Se a memória não me falha, meu cavalo é 82 ou 84 cm.

Citação :

Boa rolagem eles apresentam, sim, mas e a aerodinâmica?  

Não sei, me fala conhecimento sobre isso. Sugiro abriabrir um tópico específico.

Citação :

Mas se você quisesse mesmo uma CHR assim, mais apropriada ao "mundo real", poderias botar um garfo de ciclocross.  Um pneu mais ordo na dianteira provavelmente já seria suficiente.

Hmmm, eu não faria isso, por motivos estéticos, mesmo que o resultado fosse bom (o que duvido um pouco).

Foram essas e outras considerações, e além de tudo o preço, obviamente, que me levaram a me decidir pela Encore.

Suspeito que há uma circunstância geográfica colorindo nossas opiniões.

Pelo que vejo nos seus vídeos - ótimos por sinal! - o RJ parece ter muitas vias rápidas e mesmo assim cicláveis, com asfalto de boa qualidade (pelo menos em comparação com PoA), e, curiosamente, pouquíssimos semáforos!

Creio que tudo isso contribui para a possibilidade (e a curtição) de fazer médias altas, e escolher equipamento de acordo.

artur elias escreveu:

Suspeito que há uma circunstância geográfica colorindo nossas opiniões.

Pelo que vejo nos seus vídeos - ótimos por sinal!  - o RJ parece ter muitas vias rápidas e mesmo assim cicláveis, com asfalto de boa qualidade (pelo menos em comparação com PoA), e, curiosamente, pouquíssimos semáforos!

Creio que tudo isso contribui para a possibilidade (e a curtição) de fazer médias altas, e escolher equipamento de acordo.

É impressão sua...  Na verdade, as vias por aqui são uma droga!  As estradas boas de se pedalar são a Rio-Santos, o Arco Metropolitano, a Rio-Magé e a estrada que leva a Cachoeiras de Macacú, todas distando de 40 a 100 km de onde estou.

Reconheço que não sou nem um pouco racional nas minhas escolhas.  

Um dia recupero a razão, compro uma Nazca Gaucho e aumento minhas opções em termos de locais pedaláveis!

Citação :

É impressão sua...  Na verdade, as vias por aqui são uma droga!  

Bom, creio que todo mundo tem algum motivo pra reclamar do lugar onde vive, sei de holandeses que dizem que as ciclovias da Holanda têm muito a melhorar (!) -

- mas se for uma verdade mais ou menos objetiva, então o seu desempenho está ainda melhor do que parece,
porque manter velocidades em torno de 40 kmh em "vias que são uma droga" não é nada fácil!

(o que me faz lembrar das provas clássicas da Bélgica e norte da França com seus "pavés")

(nas quais é comum usarem pneus de 28mm e até mais)

(e por associação de idéias, poder-se-ia dizer que a Encore é uma espécie de "Specialized Paris-Roubaix" das reclinadas)

artur elias escreveu:

- mas se for uma verdade mais ou menos objetiva, então o seu desempenho está ainda melhor do que parece,
porque manter velocidades em torno de 40 kmh em "vias que são uma droga" não é nada fácil!

Admito que seleciono os "melhores momentos" nos vídeos editados!

artur elias escreveu:

(o que me faz lembrar das provas clássicas da Bélgica e norte da França com seus "pavés")

(nas quais é comum usarem pneus de 28mm e até mais)

(e por associação de idéias, poder-se-ia dizer que a Encore é uma espécie de "Specialized Paris-Roubaix" das reclinadas)

Temos um trecho desses malditos paralelepípedos na Praia do Grumari.  O espideiros com quem pedalo passam lá de vez em quando, mas eu fico de fora...  

Quer dizer que com a Encore dá para encarar?  Hmmm...  

Parabéns, Artur!

Fofocaram pra mim também sobre a tua bike de fibra de carbono. Parabéns pela aquisição! Também estou montando uma que recém adquiri. Terminei por comprar finalmente o quadro da Rans Stratus 700 em liquidação (US$ 350), mandando vir também o banco (uma fortuna!) e o guidom. O resto o Dudu (da loja Dudu Bike) vai colocar. Mandei fazer o esticador de corrente na Bike Arte imitando o original, pois o mesmo custaria US$ 120... Em breve já estarei rodando e tagarelando com ela...

Saudações!

Artur, você comentou que está passando muito bem as coroas, mesmo da menor para a do meio que não tem rampas.
Eu estou usando um Shimano 105, com 44, 39, 18. A 18 redonda num mountain tammer que até hoje não paguei ao Mordaz...e as outras duas ovais.
Pois bem, a passagem da 18 para a 39 não está nem um pouco suave. Que passador dianteiro você está usando?
Sds,
Vargas

Cruzbiker escreveu:

Artur, você comentou que está passando muito bem as coroas, mesmo da menor para a do meio que não tem rampas.
Eu estou usando um Shimano 105, com 44, 39, 18.  A 18 redonda num mountain tammer que até hoje não paguei ao Mordaz...e as outras duas ovais.
Pois bem, a passagem da 18 para a 39 não está nem um pouco suave.  Que passador dianteiro você está usando?
Sds,
Vargas

Embora a pergunta tenha sido dirigida ao Artur, vou meter o bedelho...

Vargas, que tal experimentar um "chain catcher"?  Refiro-me aos que têm uma haste de alumínio para impedir que a corrente caia entre a coroinha e o quadro.  Existem modelos de aparafusar em câmbio bolt-on e modelos com braçadeira própria.  Exemplo:

Eu até tenho um destes que comprei para prevenir. Mas não é este o problema. O problema é subir da 18 para a 39.
O Arthur até fez uns pinos na 39 que melhoraram muito a subida, mas mesmo assim não tão suave como o Artur desccreve.
Por isso queria saber que passador o Artur está usando. Eu estou usando um bem vagabundo.

Cruzbiker escreveu:

Eu até tenho um destes que comprei para prevenir.  Mas não é este o problema.  O problema é subir da 18 para a 39.
O Arthur até fez uns pinos na 39 que melhoraram muito a subida, mas mesmo assim não tão suave como o Artur desccreve.
Por isso queria saber que passador o Artur está usando.  Eu estou usando um bem vagabundo.

Entendi, mas você se refere ao passador mesmo, e não ao câmbio?

Vivendo e aprendendo...para mim o passador era o que ia embaixo. Agora Mr.Google acabou de dizer-me que eu estava errado. Passador é o que vai na mão.
Sim, você tem razão. Queria referir-me ao cambio sim.
Qual cambio dianteiro a Precious está usando?

Oi Vargas

Desculpe a demora.

Estou usando um raro (no Brasil)  câmbio dianteira Dura Ace triplo. Custou menos de 100 reais!

Dei uma mexida na gaiola porque me pareceu um pouco larga (9v provavelmente). Antes disso ela encostava no quadro antes da corrente cair na coroinha.

Agora funciona aceitavelmente bem mas não é perfeito. Se eu disse o contrário antes (não lembro) foi no clima da brincadeira...

Nem poderia ficar 100% perfeito , porque as 2 coroas maiores são Q rings para pedivela duplo (50-39). A menor é uma comum de 24. Vou trocar por uma Q de 27 - do pedivela Rotor MTB 5 furos /2 coroas (!), fora de linha - mas isso não vai mudar o fato que a coroa do meio não tem rampas/pinos, só vai diminuir um pouco a discrepância de tamanho entre elas.

Creio que mesmo assim há potencial pra deixar a troca mais fluida. Câmbio dianteiro em reclinada, na minha experiência, sempre tem que dar um jeitinho a mais, sintonia fina no alinhamento, na tensão, nos limitadores, e até na gaiola.