Neste fim de semana, descobri verdadeiramente o que é pedalar na chuva...
Evidentemente, já pedalei na chuva 'N' vezes, sempre por necessidade, mas nunca tinha passado tanto tempo seguido debaixo d'água e, pra piorar, no trânsito de BH. Detalhe: no sábado e domingo, consta q choveu 1/3 do volume de chuva esperado para todo o mês de novembro
.
Nem foi tanto tempo rodado; o total do fim de semana deu, no mínimo, 38km (esqueci de zerar o cateye e só conferi a quilometragem meio por cima no googlemaps), mas foi o suficiente pra sentir uma série de efeitos preocupantes:
a) ficar absolutamente encharcado e sem solução pra isso. até levei uma capa de chuva, q não cheguei a usar pois receava ficar molhado de suor por dentro, como dizem q acontece. acabou q todas minhas peças de roupa, em cada parada, podiam ser torcidas. meias, luvas, camisa e calça. as espuminhas do capacete também. isso gera um desconforto chato, por exemplo, na hora de chegar na casa de alguém, ao adentrar qualquer estabelecimento, ou pra reembarcar no busão.
na volta, ontem, improvisei um varal dentro do coletivo:
embaixo da minha poltrona era uma poça só (ou várias). por sorte encontrei um colega de trabalho embarcando, e ele me cedeu uma camisa - usada, mas seca
. a de manga comprida q estava usando, tive q deixar no chão, como um pano sujo, pois o bus estava lotado e não tinha onde estender. desembarcando, coloquei dentro do porta treco (e dois pendrives meus, q eu nem sabia q estavam ali, ficaram nadando n'água... well, estão funcionando normalmente agora
). sapatilha que vira aquário também não tem solução. não sei se as tais botinhas de neoprene dariam conta de tanta água vinda de cima.
outro ponto negativo é q, qndo a gente pára, chega a dar calafrios.
a viagem pro audax do rio foi a primeira na qual levei chinelos, e passei a achar essencial - apesar de não gostar de andar de chinelo (acho desconfortável, mas é mais fácil e leve de levar q um par de tênis). lá no rio também choveu, no dia de voltar, e foi bom deixar pra molhar as meias apenas na hora de pedalar. já descobri minha maneira padrão de levar as havaianas (preciso de um elástico só), e não deixei de levar nesse fim de semana. aqui, instalando de novo, antes de voltar pra rodoviária:
b) o asfalto molhado virar um terreno "invisível". na cidade, é mais preocupante, pois tem hora q vc não tem oportunidade de escolher - não escolhe nem por onde passar, nem a q velocidade fazer isso. tentar prever as coisas é bem difícil. sorte q não tive nenhum problema sério por conta disso.
qnto ao terreno ficar mais liso, tb não me afetou, e olha q estava estreando no trânsito pesado o pneu mais estreito na frente, mas normalmente já ando mais "na manha".
c) o quesito visibilidade também é crítico, e fiz o possível. estou com 3 piscas traseiros (um no capacete e 2 na bike), refletivos diversos espalhados, e não abri mão de usar o colete refletivo. tem tb a bandeirinha, q acho q merece uma luz, além dos adesivos, mas ainda preciso achar um bem levinha, tipo aquelas knog. já tem no brasil, mas meio caro (pro produto), vou mandar trazer da DX numa próxima compra. nessas imagens deve dar pra ter ideia de como podia estar sendo visto:
essa última foi na hora q cheguei em casa hahahah eu estava, de fato, morto
!
d) o fim das pastilhas de v-brake. fim, mesmo; na traseira, chegou a atingir a parte metálica (e tirar tinta do aro). essas pastilhas são deore, instaladas novinhas em abril, e não acho de modo algum q estavam próximas do fim, antes desse fim de semana. já encomendei novas, mas próprias pra substituir refil. essas q eu usava, não eram de refil substituível.
nessa descida, aqui, foi na volta pra rodoviária, ontem, e fiz a descida toda arrastando o calcanhar das sapatilhas no chão (meu pé direito está no alto pq parei pra tirar a foto, e tem q aparecer o pé pra provar q tá de reclinada
)! não foi a única q fiz assim. controlando ao máximo a velocidade e torcendo pra nenhum pedestre entrar desatento na rua, sem me ver.
ficou claro q, numa viagem longa ou num audax com previsão de chuva, não dá pra ir sem pastilha reserva. o desgaste foi muito rápido. sei q tem pastilhas próprias pra uso com chuva - aliás, eu até tenho um par delas, comprei na CRC junto com uma outra encomenda, mas ainda estavam esperando pra serem instaladas
...
e) óculos e retrovisor de capacete muito prejudicados. outra questão q não sei como resolver. eu ia levar aquele
goggle gigante com o qual apareço no vídeo q fiz pedalando sem sair do lugar - comprei ele há muitos meses, pra usar com óculos de grau normal por dentro, mas por vontade de ser um pouquinho mais discreto, acabei usando poucas vezes - só q esqueci de levar. parece q ele acumula menos água, e tem alguma solução anti-embaçante. bem, não fiz o teste. sei q meus óculos normais são anti-reflexo - o q dizem q melhora a situação com água - e têm um bom espaço pra "respirar", e mesmo assim, embaçavam.
f) pontos de ferrugem na corrente. faz tempo q tenho notado. tanto na reclinada qnto na minha bike de uso diário (q tem tomado chuva direto) uso a shimano hg 53, a mais baratinha pra 9v. não sei se é a qualidade dela, ou se estou fazendo algo errado. essas correntes têm a mesma idade dos freios, ou seja, funcionam desde abril. a de uso diário, desde q começaram as chuvas, tenho cuidado com especial atenção. já cheguei a limpá-la e lubrificá-la mais de uma vez por semana, mas em geral tenho dado um trato semanal. a reclinada limpo menos, e tb uso menos na chuva justo pra poder limpar menos. das manutenções mais recentes, uma foi antes do audax; outra, qndo fiz o vídeo da pedalada sem sair do lugar. aproveitei q tirei a corrente pro video, e dei um trato.
tenho limpado sempre com querosene, mas há muito tempo planejo comprar o
simple green. uma bicicletaria em BH revende, mas nunca consigo ir lá (ou não chego a tempo, antes de fechar).
Apesar de todos esses poréns, gostei bastante da experiência
. O Klaus sempre me falava q adora pedalar na chuva e tal; tem uma coisa "gostosa" do tipo entrar na piscina com chuva
, uma coisa meio de chutar o balde, de superar uma adversidade. Tem perigos a mais e tem efeitos colaterais muito sérios, como o lance dos freios e a perda constante de lubrificação da corrente, cubos, central, direção, etc, mas não chega a ser um impedimento. Só é melhor q seja feito com uma bike menos 'esportiva', e é bom q não se esteja buscando uma performance muito esportiva. E tb acho q, apesar de ter achado "gostoso" tomar chuva de reclinada, acho q tanto a reclinada qnto o reclineiro sofrem mais. Vc toma mais água, enxerga menos, pode ser menos visto, enxerga menos o chão, é mais corrente pra vc limpar. Só é mais fácil pra frear com os pés no chão
.
Abraços,
Nino