ninocoutinho
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| Assunto: Sutilizando a existência [por Klaus no vadebici] Ter Jul 12, 2011 11:20 am | |
| Eu leio com regularidade praticamente diária o blog Vadebici, q é o blog do pessoal da massa crítica de poa. Dele participam alguns de nossos companheiros reclineiros, como o Olavo, o Artur Elias, o Klaus e o Marco di Martino. No post deste fim de semana, eu acho q o Klaus deu um banho! Eu adorei e por isso tomo a liberdade de transcrever o post abaixo. Acho q todos precisavam ler isso - em mim, toca não só o exemplo em relação a trânsito, mas o lance do relacionamento entre os seres, dos valores de amizade, etc. - Citação :
- Sutilizando a existência.
Publicado em 10 julho 2011 por Klaus
Será mesmo que tem situações na minha vida em que é necessário eu me render e utilizar o carro?
Eu já tive carro próprio. Comecei a trabalhar com 18 anos e com pouco mais de um ano de trabalho eu gastei tudo o que tinha e comprei o carro mais cheio da onda que o meu dinheiro permitia. Eu pedalava antes de comprar o carro e “lógico” que parei de pedalar quando comprei ele.
Eu dirigia feito um louco. Ninguém, além dos meus pais, me falou da enorme responsabilidade que é dirigir um automóvel. Para dar uma idéia o instrutor que me ensinou a dirigir me conduziu até o local da prova como se estivéssemos em uma corrida de obstáculos. Nunca vi uma campanha descente de conscientização, isso prejudicaria os lucros da indústria, santa mediocridade. Meus pais passavam por chatos por serem a única fonte que me pedia cuidado ao utilizar o carro.
Com o passar do tempo eu fui me dando conta que estava sendo feito de idiota pelas propagandas de automóvel que mostravam uma linda ‘realidade’ envolvendo o uso do carro. Me pegaram, eu admiti, me pegaram mas eu venci pois eu me dei conta disso e sou forte o suficiente para tomar atitudes.
Eu me dei conta disso graças a um grande amigo e também colega de trabalho que vinha todos os dias de bici trabalhar ao meu lado. Eu acordava encima da hora, tomava café correndo e dirigia como um anencéfalo até a sala de ensaios da orquestra. Chegava lá com cara de bunda, cansado e já um pouco estressado. Esse meu tal amigo, Artur Elias, vinha sempre de bike, chegava cedo e bem disposto e sempre mandava ver nos solos de flauta de mil e uma sinfonias que tocamos juntos. Vendi o carro.
Passei anos a fio só utilizando o carro da minha mãe emprestado quando era de extrema necessidade e sempre abaixo da velocidade máxima permitida. O carro é uma arma que somente pode ser conduzida de maneira menos ou mais opressora. A um mês eu atropelei um papagaio que estava bem no meio da pista em uma curva lá na orla do Guaíba. Ele nem tentou fugir, também foi pego de surpresa. Estacionei logo adiante e voltei lá mas só encontrei um corpinho sem vida.
As pessoas me falaram: “Isso faz parte Klaus”
NÃO!! Isso faz parte da existência de quem anda de carro. A morte e sofrimento de outros animais definitivamente não faz parte da vida de um vegano como eu.
Decidi que irei me esforçar honestamente para conseguir superar todas situações em que eu acharia que era necessário eu utilizar o carro.
Semana passada eu tive que ir até Nova Santa Rita para um leilão de Postes de luz de Eucalipto da CEEE que para a CEEE já eram inservíveis que fui comprar para construir um galpão e uma parede de escalada na casa de um grande amigo que esta viajando, sr. Palitex. Fui de bike:
Neste fim de semana eu tinha que buscar o meu bote inflável que estava com um furo e que mandei concertar em uma marina na orla do Guaíba para, entre outras idéias, descer o Arroio Dilúvio com ele. Puxa, essa ia ser difícil mas não para quem tem amigos, quem tem amigos tem tudo nessa vida.
Liguei para o Grande Olavo e ele se dispôs a ir comigo com a bicicleta reclinada de duas pessoas que ele tem mais o reboque que ele usa para levar o filho dele para a escola. Era um mistério se iríamos conseguir prender aquele bote enorme em um reboque que não foi feito exatamente para isso, heheheheh
Por fim foi barbada prender o bote:
Seguimos viajem e a volta foi tão gostosíssima quanto a ida. Não paramos de conversar por um minuto e sobre tudo o que se possa imaginar. Nada, absolutamente nada como estar vivo e em boa companhia,
MISSÃO CUMPRIDA ! !
Valeu Olavo ! !
O próximo desafio é encontrar uma maneira prática de transportar o bote, de preferência inflado. Preciso de um reboque grande. :-D
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