brevet 200 da SAC

Fiquei bem contente com o brevet de anteontem.

Alguns apontamentos:

- sem treinar longa distância há muito tempo (não lembro quando foi a última vez que pedalei mais de 50 km direto), constatei que o meu commute "em forma de contra-relógio", várias vezes por semana, foi suficiente para fornecer a estamina necessária para enfrentar a prova com tranqüilidade

- creio que funcionou porque a intensidade desses trajetos (de ida, principalmente) é bastante alta, às vezes; o pára-e-arranca do trânsito reforça o efeito "treino de intervalos"; o resultado é uma melhoria no limiar de lactato

- não recomendo esse método! o clássico é treinar tbém as distâncias longas em média intensidade, só não fiz isso porque realmente não tive como

- fiquei muito contente com meu irmão, que aos 52 anos, menos de 1 ano pedalando, 1/2 ano reclinado, sedentário há décadas antes disso, nunca tinha pedalado mais de 80 km, terminou a prova bastante bem, único motivo de stress foi uma dor no joelho, possivelmente causada pelo tênis muito flexível

- será que a reclinada tem alguma coisa a ver com esse (para mim surpreendente) êxito?

- reclinada x subida - não agüento mais esse assunto mas vou ter que comentar...: conforme eu esperava, o perfil do trajeto - sobe-e-desce constante, todo o tempo, porém com inclinações suaves, sempre em torno de 3% - se revelou muito agradável e propício

- meu irmão e eu fomos os (literalmente) últimos de 240 ciclistas na fila da largada - deixei passar uns 10 ou 20 km até começar a acelerar e entrar no meu ritmo natural - daí pra frente ultrapassei dezenas e dezenas, sendo que muitos ultrapassei na subida - na descida nem se fala, claro - fui ultrapassado por um único, na volta, e por uma pequena margem - sendo que é um cara que já fez o PBP duas vezes e tem uma estradeira de 7 kg

- mesmo assim, em cada PC vinham 2 ou 3 perguntando "essa bicicleta é muito boa, mas e na subida?" - PQP, como é que pode uma pessoa não enxergar um fato diante dos seus olhos? - num trajeto de 200 km que só tem subida e descida todo o tempo, se a bicicleta tivesse uma desvantagem significativa na subida, como eu poderia estar junto com os caras (e na frente de muitos) das bicicletas supostamente "boas" de subida? - aff - no final comecei a responder simplesmente "estou aqui, né?"

- se as inclinações estivessem mais na casa de 5 a 10 %, creio que a história seria diferente

- fiquei mais tempo parado nos PCs do que precisaria, pra dar um apoio pro mano; tivemos dificuldades em achar o caminho de volta dentro da cidadezinha de Triunfo, e 'perdemos' muito tempo ali; mas foi legal porque ficamos conhecendo muitas pessoas (pedindo informação), inclusive um cara bacana nos "levou" de bicicleta até um trecho; depois choveu forte e eu fiquei preocupado com meu irmão que tinha perdido o espelho, as condições da estrada estavam muito ruins nessa hora, acostamento péssimo e tráfego aumentando; daí em diante abri mão de qualquer pretensão de desempenho e entrei em modo prudência-e-solidariedade - o que foi necessário, porque tivemos que socorrer uma mulher que tomou um tremendo tombo bem na minha frente - por isso nosso tempo final não "impressiona"

- fiquei impressionado com a alta proporção de bicicletas de médio/alto nível - comparado a brevets de 2 ou 3 anos atrás - mudou muito, se vê que o mercado está em forte ascensão - a maioria estradeiras, muitas de carbono, várias top (mesmo), muitas excelentes, várias híbridas muito boas, muitas MTB 29" com pneus finos andando muito bem; muita gente com bicicletas de certa forma "boas demais" para o nível do ciclista, e gente com bicicletas inadequadas para o seu estilo e habilidade, e como sempre, muita gente usando relação de marchas inadequada para a sua potência, e muiiiita gente que não tem a mais pálida idéia do que é cadência/forma

- neste sentido o desempenho das reclinadas nas subidas foi ainda mais significativo, pois as nossas eram bem mais pesadas do que quase todas as outras bicicletas

- brevet com muita gente na estrada é muito mais alegre e bacana - com quase de 250 pedalando a gente quase nunca fica sem ver alguém! - participantes de 60 municípios (!) e 4 estados provam que a Ninki da SAC é pop

- fiquei surpreso ao constatar como as circunstâncias podem mudar a percepção da mesma "coisa": na ida, eu estava maravilhado com o trajeto, achando tudo muito bucólico, trânsito tranqüilo, paisagens bacanas (em comparação aos brevets que saem de dentro de PoA num ambiente muito hostil por cerca de 50 km, este saiu de São Leopoldo) - bastou aumentar um pouco a quantidade de carros e caminhões na pista - depois das 14:00 mais ou menos - mais a chuva - pra gente sentir o oposto de antes: com muitos carros e pista estreita, a gente começou a usar muito mais o acostamento, em trechos onde pela manhã trafegávamos quase sobre a faixa branca, sem stress - o acostamento é péssimo, às vezes intrafegável - mas eu achei melhor andar ali, não vi sentido arriscar um abalroamento; melhor uma queda sozinho do que uma queda envolvendo uma jamanta

- respirar fundo e conscientemente - tanto em momentos de alta intensidade, como em momentos de potencial frustração (como os descritos acima) - variar sutilmente a postura - fazer uso eventual do apoio de cabeça - tudo isso contribuiu para a qualidade da experiência

Viva a Randonagem!

Dá pra ver na kmetragem do strava que a gente se perdeu...

http://app.strava.com/activities/94424786

Parabéns Artur!!!
Ótimo depoimento!!

Fotos? Equipamento? Hidratação/alimentação?

ZÖHRER escreveu:

Parabéns Artur!!!
Ótimo depoimento!!

Valeu Pedro!

Mordaz escreveu:

Fotos?  Equipamento?  Hidratação/alimentação?  

Putz, fotos até agora não vi nenhuma que a gente apareça.

Equipamento? deixa ver, bolsa de banco (tirei o bagageiro) com os apetrechos óbvios, uma bolsinha de quadro com 2 câmaras de reserva, paralamas (foram bem necessários), boné embaixo do capacete (dei um tempo na viseira gigante, enjoei), camisa UV Line manga longa, calça VO2 tudo cinza claro, ih, será que foi mesmo isso que você perguntou?  

...pneus Schwalbe Durano 26x1.35, cubo-dínamo SON com farol B&M "Luxos", lanterna traseira Cygolite (uma das mais fortes da categoria) presa no capacete...


hidratação (essa é mais fácil): eu tinha prometido a mim mesmo um tempo atrás que nunca mais ia usar bolsa de hidratação, as quais sempre me causaram frustrações; porém na hora H vi que não tem solução melhor, porque a M5 tem esse defeito, não tem nenhum mísero ponto de fixação pra caramanhola que realmente funcione bem; então abri a mão e comprei um odre da Deuter na véspera, e acho que acertei: não tem gosto de plástico  , é muito prático pra fazer a limpeza, parece forte, e funciona perfeitamente; ficou na bolsa de banco

alimentação tbém é fácil: sanduíche de baguete com brotos de brócolis (!), gersal e queijo; chimarrão (ANTES); paçoquinha de amendoim (que contém sal embora seja bem doce) durante; torrada e suco de laranja no lanche (PC 1) e macarrão no almoço (PC 3) (incluídos na inscrição); 1 gatorade e 2 caixinhas de Chicabom no PC 3  

parece prosaico - e é - mas deu certo; já me aconteceu de ter problemas em outros brevets, ficar sem energia, passar mal, desta vez nada

ah, gastei um número meio absurdo de horas, durante as 2 últimas semanas, acertando cada detalhe mecânico da bicicleta e tbém dos acessórios mais importantes...

Cygolite Hotshot? É o que eu e a Leonor usamos. É bem forte e com muito boa autonomia. Só acho que funciona melhor presa ao banco do que ao capacete, por ter um faco muito estreito.

E o banco da M5, você usa a qual inclinação?

O bom de "commutar" com a mesma recli é que você pôde testar bem todos os tais detalhes mecânicos.

Mordaz escreveu:

E o banco da M5, você usa a qual inclinação?  

Acredita que até hoje eu não medi?

Mas acho que está em um ponto no qual não há grande vantagem - tipo assim, o custo-benefício (=conforto-velocidade) de baixar mais um pouco pode valer a pena (uma vez que o apoio de cabeça já começa a se fazer necessário); ou então deixar mais ereto para conforto visual no trânsito (e aí não precisa apoio de cabeça). Não quis experimentar nas vésperas do brevet - aprendi a não fazer esse tipo de coisa do jeito mais sofrido...


O.T.: alguém poderia repetir aquele rápido tutorial sobre como postar fotos aqui? não consigo encontrar com a ferramenta de busca...

Atrasadíssimo, mas vim!

Parabéns a vc e a seu irmão, Artur! Todo brevet é um brevet (?!?!), seja de 200 ou 1000. Pode trazer surpresas agradáveis ou não, e mesmo os mais experientes podem não conseguir brevetar.

Até sua postagem, eu ainda achava que vc não tinha participado, pois não te vi nas fotos do Roberto Furtado (depois vi um pessoal reclamando no face da sac, que não foi fotografado e tal). Aliás, não vi nenhuma reclinada, apesar de ter visto no face do Trevisan uma foto com o Graxa, mas não sei ele fez de recli. Vc e seu irmão eram os únicos de reclinada?

Sobre seu commute, sei que é casca grossa, mas tenho um pouco de 'inveja', a tal inveja boa heheheh. Isso pq moro a menos de 2km de um dos meus trampos (1,2km, pra ser mais preciso), e pra ir pro outro tb não gasto mais que 3km. Lógico que menos tempo de deslocamento = mais tempo pra fazer outras coisas, e isso inclui até treinar mais, aí invento rotas e tal, mas claro que a gente acaba fazendo tudo meio em cima da hora e, quando vê, só dá tempo de ir direto pro trabalho, sem nem meio km a mais.

O que acho crítico nesses commutes longos é atrapalhar a recuperação dos treinos, ou mesmo a recuperação do próprio commute. Não é todo dia que sinto a mesma disposição ou preparo pra pedalar, mesmo nesses meus miseráveis trajetos. Hoje, por exemplo, vim a pé, mas é algo planejado. Ontem tive alguns trechos pesados no pedal, e é prudente que se faça uma recuperação, pra amanhã eu estar 100%. Já está virando tradição da segunda-feira, pra descansar do pedal do fim de semana.

artur elias escreveu:

- mesmo assim, em cada PC vinham 2 ou 3 perguntando "essa bicicleta é muito boa, mas e na subida?" - PQP, como é que pode uma pessoa não enxergar um fato diante dos seus olhos? - num trajeto de 200 km que só tem subida e descida todo o tempo, se a bicicleta tivesse uma desvantagem significativa na subida, como eu poderia estar junto com os caras (e na frente de muitos) das bicicletas supostamente "boas" de subida? - aff - no final comecei a responder simplesmente "estou aqui, né?"

Tem hora que a gente nem tem mais resposta boa, né? Fica difícil escapar de ser grosseiro. Sei que é escrotíssimo, mas em bicicletaria, mesmo, às vezes nem olho pro lado, pra "não dar a deixa" de alguém chegar e te perguntar algo do tipo. Sei que alguns já até propagam por aí o fato de eu ser mais rápido em plano e descida heheheh mas sempre tem o "porém" da subida. Esquecem que aí é quando euzinho é que tenho que fazer a diferença, aí mostro que sou menos preparado que alguns. Meus tempos no strava não me deixam mentir; na grande maioria das subidas, na Meta sou equivalente ou mais rápido q na speed, mantendo FC mais baixa, ainda por cima. Se fosse uma speed "autêntica", levinha e equipada bem race (a minha é de aço, rodas comuns, bagageiro, dínamo shimano na dianteira, q é verdadeira âncora de 800g, e sempre carrego muita coisa), seria diferente, mas aí a reclinada tb tinha que ser assim, tb, pra comparação.

Apesar de amar a randonagem, não estou muito animado pra temporada 2014, não. Não sei se tem a ver com o insucesso das minhas tentativas de 600 deste ano e, particularmente, com o que aconteceu no brevet 600 do rio (que não contei aqui nem em lugar nenhum e uns 5 meses depois ainda percebo estar digerindo), ou se é só realizar que o meu 'gasto' é muito alto pra cada um desses (gasto é mais que o custo financeiro, mas óbvio que também ele. são sempre uns 6 ônibus, mais dezenas de horas de viagem, troca-troca de rodoviária, "acordos" no trabalho, cansaço posterior, etc). Fiz sete audaxes nesse ano e claro que o ganho pessoal, o ganho de amizades, as experiências, não têm preço, mas o 'preço' de todo o resto é bem significativo. Planejo pro ano que vem "inventar" mais cicloviagens e fazer menos audaxes, e quem sabe até juntar mais grana pra outros projetos. Ah, não quero necessariamente treinar mais, mas melhor!

Sobre fotos, o lance é hospedar em algum lugar, aí depois coloca o link (da imagem e não da página) entre as tags <img> e </img>, substituindo esses símbolos de maior ou menor, pelos colchetes (não pus colchetes se não já vira o próprio código). Eu tenho uma pasta no meu google+ que é só pra fazer up de fotos pra postar em fóruns ou em e-mails (pra mandar como link e não como anexo), ela fica privada, ninguém entra ou acessa, mas dela posso ter url pra qualquer foto de lá de dentro, e pelo link a foto é acessível. Vc deve poder fazer semelhante com o seu flickr. O caminho 'padrão' pelo fórum é pela hospedagem no imgshack, mas acho mais demorado e chatinho.

Sobre ângulo do assento, eu fiquei besta com a diferença de velocidade dos 26 graus que eu estava pra 23 graus atualmente. Eu ia postar aqui, mas fica off-topic. Vou colocar naquele seu do encosto de cabeça, até pq quero levantar aquela discussão rsrsr.

Oi Nino, muito obrigado por todas as respostas e comentários !

Um trajeto diário longo e/ou difícil pode atrapalhar a recuperação e consequentemente a evolução atlética.

Quem tem metas esportivas e leva isso a sério deve então aliviar consideravelmente a intensidade/nos dias de recuperação (não é necessário ficar em repouso total, me parece).

Isso pressupõe mais organização, sair mais cedo e tal - virtudes que não posso em abundância.

Se tiver que escolher entre a evolução "atlética" e o aspecto utilitário, integrado à vida normal, do ciclismo, sem dúvida escolho sempre a segunda opção.

Mas nunca é demais lembrar aquela história famosa de um grande campeão da RAAM (das "antigas") - Pete Penseyres se não me engano. Um longuíssimo commute fazia parte do bem-sucedido plano de treinamento dele - o qual, de resto, era basicamente intuitivo. Sem eletrônicos nem gráficos complexos.

então vamos "ilustrar" o tópico - antes tarde do que nunca...


(testando)


( espero que "colchete" seja isso: [ ] )

não está dando certo


tentei a receita do Nino, literal:




e assim, supondo que ele houvesse esquecido as aspas:





e usando < > mesmo:

<img>"http://www.flickr.com/photos/23763461@N07/10969750163/in/set-72157637889258616"</img>

coisa curiosa, na msg acima, aqui pra mim, os dois primeiros linques desapareceram;

o terceiro aparece;

mas até agora nenhuma imagem

É que vc não está usando o endereço da foto, Artur! E sim o endereço pro "lugar" do flickr onde ela aparece.

O endereço correto da imagem é:

http://farm6.staticflickr.com/5484/10969750163_ff9199ddfe_o.jpg

Vc não tem acesso direto a ele por meio daquele link que apareceu aí em cima, e sim qndo escolhe com o botão direito algum tamanho específico da foto, e o flickr te leva para esta página:

http://www.flickr.com/photos/23763461@N07/10969750163/sizes/o/in/photostream/

Nela sim vc clica com o botão direito na imagem e tem a opção de acessar o link 'de verdade' da foto, o primeiro que postei acima. Colocando-o entre <img> e </img>, substituindo os símbolos < e > por [ e ], temos:



Legal demais a foto, ou as fotos! Vou deixar pra vc colocar as outras  !

ninocoutinho escreveu:

Vc não tem acesso direto a ele por meio daquele link que apareceu aí em cima, e sim qndo escolhe com o botão direito algum tamanho específico da foto, e o flickr te leva para esta página:

http://www.flickr.com/photos/23763461@N07/10969750163/sizes/o/in/photostream/

Nela sim vc clica com o botão direito na imagem e tem a opção de acessar o link 'de verdade' da foto, o primeiro que postei acima. Colocando-o entre <img> e </img>, substituindo os símbolos < e > por [ e ], temos: !

Aaahhhh bom...

ainda bem que tem alguém capaz de entregar isso mastigadinho para os analfabetos funcionais em informática/html/whatever  

valeu Nino!

Então, em homenagem ao Nino, vou iniciar tópicos totalmente baseados em imagens que estavam aqui esperando há tempos.