- nino escreveu:
- Legal, Artur! Você consegue visualizar outros ganhos ao 'virtualmente' passar de uma Encore pra essa futura Pelso? Um pequeno exercício aí de projeção...
Se eu, por exemplo, fizesse um 'upgrade' da Meta pra Encore, eu acho que teria um mix de perdas e ganhos. Talvez ganhasse em peso mais baixo e melhor rigidez na transmissão. Pretensamente ganharia em conforto, tanto pelo material como pelo entre-eixos mais longo. Mas o banco seguramente ficaria mais alto (usando mesmo garfo e rodas) e, dependendo do ajuste fino que pudesse fazer de fit, poderia ficar meio pra trás, promovendo uma frente meio leve em subidas íngremes.
Já da Meta pra Pelso, só visualizo vantagens. A altura do banco parece ser a mesma ou minimamente abaixo. O único inconveniente que vejo é ela ficar mais longa pra levar no ônibus - pois o entre-eixos dela parece similar à encore ou ligeiramente maior. O que é ciclisticamente uma vantagem, pois entendo que a Meta está mais pro lado das "ariscas" das high-racers. O guidão em J é um mistério, pois não sou usuário de open-cockpit e adoro o esquilo. Como foi sua passagem - ou melhor, sua experiência simultânea - do guidão hamster da M5 pro J da Schlitter? Como é a "dobrabilidade" dele pra um transporte em busão, por exemplo? Me lembro de ser possível girá-lo todo pra baixo.
Nino, antes de mais nada quero declarar que é refrescante encontrar alguém AINDA interessado em conversar sobre reclinadas de 2 rodas;
você e eu possivelmente um dia seremos os últimos e teimosos moicanos. Aliás,
você será o último, pois é mais jovem.
Vamos ao tema:
Do meu ponto de vista, não há motivo minimamente defensável para uma troca da Encore por esta nova Pelso.
A única vantagem indiscutível seria estética - e não acho isso pouco, pois defendo a tese que
bicicleta bonita (aos olhos do dono) a gente pedala MAIS - seja por esporte, transporte, ou ambos.
Mas, nesse caso específico, uma troca seria algo muito próximo do absurdo, mesmo que
a minha situação econômica permitisse um tal devaneio, o que não é o caso no momento
nem vai ser nos próximos anos.
Tem um ponto em que as duas empatam: no nome, que é bem ruim nas duas hahaha.
E tem um ponto que é vantagem e desvantagem ao mesmo tempo, a depender do ponto de vista,
sendo que esse ponto de vista pode mudar para a mesma pessoa em situações diferentes,
sem que se possa chegar a uma conclusão definitiva: a altura do banco.
É legal ficar mais "dentro da bicicleta" e mais perto do chão. É mais intuitivo e dá uma sensação
de maior domínio sobre a bicicleta, uma espécie de segurança subjetiva (ou nem tanto).
É legal ficar mais alto tbém. Dá a sensação de estar
sendo visto com mais facilidade e de mais longe,
e contribui para criar um pouquinho de afinidade com as convencionais em situações de treino ou passeio.
Sobre o guidão (e a geometria/comportamento) eu não fico em cima do muro:
acho a M5 MUITO MELHOR do que QUALQUER reclinada de genética ianque (já experimentei Rans, ER, Bacchetta e a minha).
Um pouco melhor em alta velocidade, mais segura nas curvas, e muito melhor em baixa/baixíssima velocidade.
O guidão aberto, seja em U ou em J, é uma idéia que não funciona muito bem
mas combina visualmente com as reclinadas de quadro reto (ou quase).
Suspeito fortemente que a obesidade do público alvo dessas bicicletas seja um fator no estabelecimento desse desenho.
Para mim pessoalmente é um desafio aprender a dominar a máquina e tentar fazer com a Encore
tudo o que eu faço com a M5. Felizmente pra mim, eu não fico encrencando muito com defeito de projeto,
gosto de encarar realmente como desafio e com treino se pode superar quase tudo.
Mas como tudo tem alguma vantagem, o guidão aberto tem 2 a meu ver:
a) permite desencostar e ir à frente pedalando ao mesmo tempo -
isso é legal em baixa velocidade pra enxergar melhor o chão, e é legal pra arrancada tbém
b) creio que se o guidão for esquilo, pioraria ainda mais a distribuição de peso que nessas bicicletas
já é meio muito pra trás