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 Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro

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ninocoutinho
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MensagemAssunto: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptySáb Jan 15, 2011 10:26 pm

Há um artigo no código de trânsito que me intriga. É o seguinte:

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação
de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou
acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da
pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a
via, com preferência sobre os veículos automotores.


Entende-se, então, que sou obrigado a utilizar a ciclovia quando houver uma? No meu entender, se uma ciclovia é compartilhada (por pedestres) ou se é usada para lazer (por ciclistas a velocidades muito baixas), inviabiliza-se seu uso a velocidades altas, pelo próprio risco que isso representaria, tanto para mim quanto para os demais usuários da ciclovia.

Freqüentemente opto por não usar a ciclovia pelos motivos acima citados, mas por duas vezes fui xingado por motoristas aparentemente revoltados com minha presença na rua. No trajeto em questão costuma haver vento a favor e não raro mantenho velocidades entre 40 e 44 km/h, ou seja, não estou "segurando" o trânsito. Pelo contrário, eu é que tenho de reduzir várias vezes a velocidade por causa dos carros. Não entendo essa animosidade.

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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyDom Jan 16, 2011 5:47 am

Mordaz escreveu:
Entende-se, então, que sou obrigado a utilizar a ciclovia quando houver uma? No meu entender, se uma ciclovia é compartilhada (por pedestres) ou se é usada para lazer (por ciclistas a velocidades muito baixas), inviabiliza-se seu uso a velocidades altas, pelo próprio risco que isso representaria, tanto para mim quanto para os demais usuários da ciclovia.
Já vi essa questão, principalmente em relação às ciclovias do rio/zona sul, ser tratada mais de uma vez no fórum pedal. Ano passado teve esse tópico, o cara atropelou um senhor, mas foi o ciclista mesmo q saiu machucado, não sei se vc chegou a ver (acho meio estranho, num fórum, "clamar" por assuntos de outro fórum, já q são dois espaços e cada um tem seu público, peço desculpas a incomodados mas acho q no caso é justificável):

Acidente ciclovia Rio - Lagoa

Ninguém chegou a uma resposta sob a questão; o Luciano (Galicki) insinua o mesmo que vc diz entender: que um caso como o seu e dos demais que treinam, enquadra-se no quadro de não-possibilidade de utilização da ciclovia, então vai pra rua.

Mordaz escreveu:
Pelo contrário, eu é que tenho de reduzir várias vezes a velocidade por causa dos carros. Não entendo essa animosidade.
Eu também não entendo. Já fui xingado muito mais que duas vezes. Tem vez q eu sou obrigado a estar na mesma velocidade do trânsito, por exemplo entre um carro e outro (tipo naquele vídeo que o duram postou uma vez), e o carro de trás louco da vida comigo, sendo q eu estou no mesmo passo do carro da frente, e não tem espaço entre eu e o carro da frente, pra caber mais um carro (no caso, o doido de trás). Então pra quê que o cara quer ocupar o meu lugar (já q não dá pra ultrapassar, é a única coisa q ele pode querer) se com isso ele não chega a ganhar 5 metros de deslocamento???

Nesse caso específico, coincidiu de nossos três veículos estarem se dirigindo a um estacionamento de um supermercado. Entramos juntos, assim, em fila indiana, e eu estacionei a bike e evidentemente entrei no super antes de todos eles. Se eu tivesse sido mais ousado e ultrapassado o da frente (o q não era favorável pq eu estava mais largo, de alforjes, etc), não teria sido grande vantagem pra mim, pq eu tb apenas teria me adiantado poucos metros, ou segundos. Acho q quem vai pro supermercado não está indo tirar o pai da forca.

Curioso q nesse carro de trás estava toda uma família, e o motorista ficou bem nervosinho, enquanto a mulher, do seu lado, parecia bem sem-graça, nitidamente não concordando com a atitudade de seu companheiro.

Em geral eu me esforço pra fazer cara de que não estou entendendo - na verdade, muitas vezes, não estou entendendo, mesmo!!! Pra quê despejar a raiva a respeito de um lerdo da frente, ou do caos do trânsito, em quem de fato está cooperando pra diminuir a lerdeza e agilizar a fluidez???
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyDom Jan 16, 2011 7:04 am

ninocoutinho escreveu:
Ninguém chegou a uma resposta sob a questão; o Luciano (Galicki) insinua o mesmo que vc diz entender: que um caso como o seu e dos demais que treinam, enquadra-se no quadro de não-possibilidade de utilização da ciclovia, então vai pra rua.
Li o tópico. Realmente os caras confundem muita coisa. Quando se trata de ciclovia/ciclofaixa compratilhada com pedestres, aí não tem dúvida: O pedestre tem o direito de estar ali. É o caso de uma ciclovia aqui no Recreio, que margeia o Parque Marapendi. Aliás, uma porcaria de ciclovia, pois foi feita com umas lajotinhas certamente inventadas por quem não usa bicicleta.

Mas, no caso de haver tanto ciclovia quanto calçada, não entendo o pedestre insistir em andar na ciclovia.

ninocoutinho escreveu:
Tem vez q eu sou obrigado a estar na mesma velocidade do trânsito, por exemplo entre um carro e outro (tipo naquele vídeo que o duram postou uma vez), e o carro de trás louco da vida comigo, sendo q eu estou no mesmo passo do carro da frente, e não tem espaço entre eu e o carro da frente, pra caber mais um carro (no caso, o doido de trás). Então pra quê que o cara quer ocupar o meu lugar (já q não dá pra ultrapassar, é a única coisa q ele pode querer) se com isso ele não chega a ganhar 5 metros de deslocamento???
E quando o motorista ultrapassa para logo depois virar à direita, dando uma "fechada"? Segundo o código, é claramente uma infração, mas duvido que alguém seja algum dia multado por isso. Até porque não há mais quem multe. Com essa moda de multagem eletrônica, só se multa por avanço de sinal e excesso de velocidade, e mesmo assim só onde há câmeras.

ninocoutinho escreveu:
Curioso q nesse carro de trás estava toda uma família, e o motorista ficou bem nervosinho, enquanto a mulher, do seu lado, parecia bem sem-graça, nitidamente não concordando com a atitudade de seu companheiro.
Isso é típico. As pessoas mudam mesmo de comportamento quando estão atrás de um volante.

ninocoutinho escreveu:
Em geral eu me esforço pra fazer cara de que não estou entendendo - na verdade, muitas vezes, não estou entendendo, mesmo!!! Pra quê despejar a raiva a respeito de um lerdo da frente, ou do caos do trânsito, em quem de fato está cooperando pra diminuir a lerdeza e agilizar a fluidez???
Concordo plenamente!
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyDom Jan 16, 2011 8:43 am

Mordaz escreveu:
Isso é típico. As pessoas mudam mesmo de comportamento quando estão atrás de um volante.
Tenho q admitir q isso acontece comigo. Isso pq eu nem dirijo muito; tenho carteira há quase 10 anos mas nunca tive carro. Digamos q eu viro motorista uma vez a cada 3 meses ou nem isso.

Tenho o costume de dizer pras pessoas que não entendem ou não gostam de respeitar a preferência dos pedestres sobre os outros veículos, que a faixa de pedestres seria como uma continuação da calçada, que vc, de carro, tem a permissão de passar por cima dela, na ausência de transeuntes a pé (tlvz isso seja meio demais). Mas isso numa situação em que não existe semáforo ou vc não está num cruzamento!!

Lá na minha cidade, a cada vez q eu vou, eles conseguem piorar as sinalizações. Têm mania de colocar faixa de pedestre onde não dá, e pra piorar pedestre não respeita semáforo, aí já viu... Pra vc dar passagem pro pedestre FORA da hora, vc tem que fechar o cruzamento, um contrasenso. Assim como os carros podem esperar os pedestres, esses tem q ter noção tb e esperar sua vez. Dirigindo eu fico bem irritado com essas coisas, faço pressão, viro meio monstrorista. Só não buzino, pq tenho horror a barulho - e pq sei q é uma afronta enorme ao outro.

Ciclista na contramão eu já contei tb que acaba com minha alegria.

Nunca é demais assistir a este episódio:

https://www.youtube.com/watch?v=x_jVumbjoVU


Impressionante a atualidade!!
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyDom Jan 16, 2011 11:46 am

Passamos 4 dias em Mongagua, próximo à Santos, litoral de São Paulo.
Lá a faixa de pedestres funciona, praticamente é o que o Nino comentou sobre ser esta uma continuação da calçada. Percebi isso na primeira volta que demos de carro (ainda bem), que mesmo antes do pedestre pisar na faixa, os motoristas reduzem e param pra esperar.
Numa das ocasiões o carro da minha frente não parou, e um senhor que ia atravessar ficou parado e xingando, e nós ficamos esperando ele terminar de xingar
O mesmo acontece na ciclovia beira-mar, para cruza-la todos dão uma paradinha pra olhar dos dois lados.
Vejo esse respeito tbem na região central de Curitiba
Aqui presencio tbem essa situação "ciclovia ou pista?", e em alguns casos é melhor ir devagar na ciclovia por causa do aperto no transito.
Mas pelo que entendi do código, o ciclista deve cumpri-lo, claro, mas por outro lado se não o fizer não há como puni-lo tbem.

Abraços
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptySeg Jan 17, 2011 2:09 pm

Oi, gente

Assim ó: pra quem não anda no fluxo do trânsito, as coisas podem ser vistas de outro modo. Um número considerável de ciclistas anda na "contramão" dos veículos motorizados por sentir-se diferenciado e inferiorizado em relação a eles e, principalmente, por não querer dar as costas ao perigo. Um acidente seria fatal em uma colisão frente a frente, mas, do ponto de vista desse ciclista, é muito mais fácil ele ser ser derrubado por alguém que vem de trás e ele não vê, tirando fininho, do que ser atropelado de frente quando ele e também o motorista vêem um ao outro.

"Ah, ah, ah, eu não pago IPVA: grito de guerra da massa crítica"

As regras do trânsito foram concebidas para automotores sendo, portanto, a eles pertinentes e convenientes. O que vier além disso, terá que se adequar a uma regra que visa o fluxo de automotores e não o de ciclistas, cadeirantes ou pedestres. Portanto, não é de admirar que a sujeição de uma bicicleta a esse tipo de regra possa ser algo não condizente com a segurança do ciclista, podendo inclusive ameaçar sua integridade física. Já se discutiu isso em outro tópico, mas eu friso: quando a coisa tá preta, eu vou pra calçada. Nunca machuquei ninguém e continuo vivinho da Silva...

Também já fui questionado por um motorista, por estar no meio da rua e não na ciclo-via. A questão é que ela estava intransitável, tal o número de caminhantes...

Aqui em POA as ciclovias são atrativas aos pedestres por não haver ciclistas de forma suficiente a preencher a ciclovia e por serem "calçadas" mais cômodas do que as de pedestre.

O número de ciclo-vias aqui é muito pequeno e as pessoas consideram perigoso sair em bicicleta. "Quer segurança? Compre um carro (por mais perigoso que seja)." Absurdo, mas real.

Saudações!



Obs.: bah, mexi no vespeiro, agora vem bomba...
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptySeg Jan 17, 2011 8:22 pm

Uso muito as ciclovias. Aqui em Itajaí as ruas são estreitas e a densidade de carros está acima do suportável.
Existem várias ciclovias, menos do que o necessário, mas creio que acima da média das cidades.
Tal como quando dirijo (se puder não uso o carro), quando uso a bike guio de forma defensiva: Um olho na pista outro nos demais usuários. Na verdade considero a bicicleta um veículo mais seguro justamente pela existência de ciclovias e da velocidade mais baixa praticada. Correr só em pista limpa.
Agora, o que tem de ciclista distraído, pedestre alienado, mãe com carrinho de bebê "dona da rua" e motorista estúpido e mal-educado solto por aí é uma loucura.
Não dá para "bobear que o cachimbo caí"!
Mas sempre na defensiva, com cuidado e prudência. Lugar de correr, na minha opinião, é na pista apropriada.
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 1:30 am

Marco Di Martino escreveu:
Um número considerável de ciclistas anda na "contramão" dos veículos motorizados por sentir-se diferenciado e inferiorizado em relação a eles e, principalmente, por não querer dar as costas ao perigo.
Ciclistas na contramão são um perigo. Certa vez levei um susto ao descer uma serra e quase colidir com um imbecil que vinha na contramão, escondido atrás de uma curva. O desgraçado ainda me xingou! Deve ter achado que o errado era eu!

Marco Di Martino escreveu:
As regras do trânsito foram concebidas para automotores sendo, portanto, a eles pertinentes e convenientes.
Na verdade, não é bem assim. O código de trânsito prevê veículos de tração humana também e determina claramente que estes têm preferência sobre os automotores.

A lei até que é boa como está. O problema é que não se a faz cumprir. Ou pelo menos conhecer.

Marco Di Martino escreveu:
O número de ciclo-vias aqui é muito pequeno e as pessoas consideram perigoso sair em bicicleta.
Sei lá... Acho que as ciclovias segregam o ciclista. Nada contra que existam ou que as usem, seja para lazer ou locomoção, mas os ciclistas precisam tomar as ruas para si, reclamar de volta esse espaço e exigir respeito e segurança.

Melhores que ciclovias seriam ciclofaixas em toda parte. Numa perspectiva otimista, mais pessoas adotariam a bicicleta como meio de transporte e o espaço "subtraído" aos automotores seria largamente compensado pelo menor número de automotores nas ruas.
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 8:12 am

Mordaz escreveu:
Numa perspectiva otimista, mais pessoas adotariam a bicicleta como meio de transporte e o espaço "subtraído" aos automotores seria largamente compensado pelo menor número de automotores nas ruas.
Achei uma coisa bacana pra complementar isso que o Mordaz disse. Parece q na revista Bicicleta, do mês de dezembro, saiu uma reportagem sobre o uso da bike como transporte, e incluíram uma espécie de fluxograma elaborado pela Transporte Ativo.

O link pro pdf é este aqui, mas coloquei abaixo como imagem pq não extrapola os limites da tela do fórum:

Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro 9f67ed074958dc0db4f9bc8cf146f0ab
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 11:53 am

Mordaz escreveu:
Ciclistas na contramão são um perigo. Certa vez levei um susto ao descer uma serra e quase colidir com um imbecil que vinha na contramão, escondido atrás de uma curva. O desgraçado ainda me xingou! Deve ter achado que o errado era eu!

Tem "imbecil" pra tudo... É só se descuidar do retrovisor por uns instantes e quando nos damos conta um Ilmo. Bacana tira um fininho de centímetros da gente em alta velocidade por não querer perder o lugar pra estacionar antes de entrar no baile "funck" (com "c" mesmo)... Afinal, quando ele poderia imaginar que na descida do viaduto, mais à frente e fora do seu raio de visão, andava um "arigó" de bicicleta no mesmo sentido "trancando a via"?

Mordaz escreveu:
O código de trânsito prevê veículos de tração humana também e determina claramente que estes têm preferência sobre os automotores. A lei até que é boa como está. O problema é que não se a faz cumprir. Ou pelo menos conhecer.


É bem intencionada, Mordaz...Se fosse boa, funcionava... É mal pensado, ingenuidade ou hipocrisia instituir leis que não têm como ser fiscalizadas. É politicamente bonito mostrar preocupação social, mas, na prática, a situação termina em "livre negociação". E, na nossa cultura, o mais "fraco" sai prejudicado...

Mordaz escreveu:
Acho que as ciclovias segregam o ciclista.

Como as calçadas "segregam" os pedestres...

Mordaz escreveu:
Os ciclistas precisam tomar as ruas para si, reclamar de volta esse espaço e exigir respeito e segurança.

Faço coro! Por isso, penso que a massa crítica é fundamental. As atitudes individuais em grande número geram a necessidade de ações por parte da sociedade.

Mordaz escreveu:
Melhores que ciclovias seriam ciclofaixas em toda parte.

Quem tem ambições esportivas provavelmente prefira ciclofaixa. Eu não tenho, mas gosto bastante delas. Acho que ela funciona melhor do que a ciclovia porque o pedestre não vai pra cima. Talvez por considerá-la também como "meio-da-rua" e não uma "calçada diferente". Em NY é isso que vigora e me deu uma sensação de segurança e cidadania tremenda poder rodar nelas! Não andar de favor na pista é bala!

Acredito que sejam uma questão política, pois o que as cria, na prática (não na lei), é simplesmente uma demarcação no asfalto... Falta de recursos não seria desculpa...

Tomara que nossas discussões sirvam pra inspirar ações e repercutir, no mínimo, em nossa micropolítica...

Saudações a todos![i]
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 1:45 pm

ag_favaro escreveu:
Na verdade considero a bicicleta um veículo mais seguro justamente pela existência de ciclovias e da velocidade mais baixa praticada. Correr só em pista limpa.

Realmente, também acho que a bicicleta em si, em função de não ter a potência e o peso de um automotor, seria mesmo menos perigosa. É lamentável que, mesmo sendo menos perigosa, venha sendo descartada em função da ameaça dos mais perigosos.

ag_favaro escreveu:
Não dá para "bobear que o cachimbo caí"!
Mas sempre na defensiva, com cuidado e prudência. Lugar de correr, na minha opinião, é na pista apropriada.

Eu também acho que é por aí... O cara tem que ter espelhos retrovisores dos dois lados (ou algo que os iguale) e estar com os sentidos aguçados, mais em função de ônibus, carro e moto do que em função dos pedestres ou dele mesmo... Se não, já era...

Até mais!
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MensagemAssunto: ciclovias e espaços compartilhados   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 1:45 pm

Marco Di Martino escreveu:

Mordaz escreveu:
Acho que as ciclovias segregam o ciclista.

Como as calçadas "segregam" os pedestres...

Mordaz escreveu:
Os ciclistas precisam tomar as ruas para si, reclamar de volta esse espaço e exigir respeito e segurança.

Faço coro! Por isso, penso que a massa crítica é fundamental. As atitudes individuais em grande número geram a necessidade de ações por parte da sociedade.

Mordaz escreveu:
Melhores que ciclovias seriam ciclofaixas em toda parte.

Quem tem ambições esportivas provavelmente prefira ciclofaixa. Eu não tenho, mas gosto bastante delas. Acho que ela funciona melhor do que a ciclovia porque o pedestre não vai pra cima. Talvez por considerá-la também como "meio-da-rua" e não uma "calçada diferente". Em NY é isso que vigora e me deu uma sensação de segurança e cidadania tremenda poder rodar nelas! Não andar de favor na pista é bala!

Acredito que sejam uma questão política, pois o que as cria, na prática (não na lei), é simplesmente uma demarcação no asfalto... Falta de recursos não seria desculpa...

Tomara que nossas discussões sirvam pra inspirar ações e repercutir, no mínimo, em nossa micropolítica...

Saudações a todos!
A tendência é realmente a de espaços compartilhados, quanto a isto não há dúvidas, fica até difícil indicar uma 'literatura' específica (mesmo q web-based ou blog-based) pq já temos muitas coisas. Um blog q recentemente conheci, tem um nome meio pesado mas não deixa de ser verdade, é o http://waronthemotorist.wordpress.com/. Há alguns posts nele sobre esses espaços compartilhados, descobri algumas coisas q não sabia:

- há uma cidadezinha na Holanda, Drachten (45 mil hab), que já há alguns anos vive a experiência, e parece q deu certo, de retirar os semáforos. Assim, o motorista dirige com mais atenção, há menos acidentes. Apesar dos motoristas por vezes dirigirem mais lentamente, a fluidez do tráfego é maior, o q faz com q os trajetos sejam feitos mais rapidamente.

- repetiram o modelo numa cidadezinha inglesa ainda menor, Portishead (25 mil hab). Retiraram os semáforos e, surpresa!! Diminuiram os congestionamentos, pedestres ficaram mais confiantes... No vídeo abaixo, uma senhora fala q um trajeto q ela costumava fazer de carro em 20 minutos, passou a levar 5!! Alguns problemas apareceram, como por exemplo deficientes visuais deixaram de usar o cruzamento principal q continha os semáforos, provavelmente por falta de confiança. É interessante assistir ao vídeo q mostra o antes e o depois:

https://www.youtube.com/watch?v=vi0meiActlU


Na verdade eu não falei aí acima sobre espaços compartilhados, mas sobre uma menor separação de "regras" entre os diversos veículos - menos coisas dividindo-os, menos tráfego controlado por mecanismos artificias, q não respeitam o dinamismo do trânsito. Convém ler este post num outro blog, q fala dos problemas de espaços compartilhados na Holanda - o cara faz altas críticas, descreve um lugar q diz ter sido o pior lugar q ele já pedalou por lá. Pelas fotos, é provavalmente melhor do q qualquer lugar central q eu já tenha pedalado por aqui!! Mas realmente ele diz q os ciclistas em geral não gostam, eles têm q ficar muito atentos pra todos os lados. Diz q esses espaços aparecem em cruzamentos simples de pequenas vilas ou cidades - e são, via de regra, interligados por vias segregadas de ciclistas. No final, ele acusa ser um erro no planejamento cicloviário holandês essa instalação de vias totalmente compartilhadas.

Ler isso tudo me faz mudar minha primeira frase deste post, mas vou deixar assim mesmo! Escrevendo vamos pensando e re-pensando. A tendência a q eu me referia, então, é simplesmente a ocupação da rua por todos: não só ciclistas, como pedestres. As ruas ficam mais perigosas conforme vão se esvaziando... Mais car-friendly, menos life-friendly.

E termino com um video q faz uma crítica a uma ciclovia recém-inaugurada em Campo Grande. Foram gastos com recursos do PAC 250 mil pra 4,5 km de ciclovia, claramente mal planejada. Convém assistir o vídeo até o fim; o raio-x poderia ser mais econômico, mas vale bastante a intenção do rapaz:

https://www.youtube.com/watch?v=FKZQRpWT5YI


Abraços!
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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyTer Jan 18, 2011 10:57 pm

Marco Di Martino escreveu:
Mordaz escreveu:
O código de trânsito prevê veículos de tração humana também e determina claramente que estes têm preferência sobre os automotores. A lei até que é boa como está. O problema é que não se a faz cumprir. Ou pelo menos conhecer.


É bem intencionada, Mordaz...Se fosse boa, funcionava... É mal pensado, ingenuidade ou hipocrisia instituir leis que não têm como ser fiscalizadas.
O código de trânsito não é, de maneira alguma, "leis que não têm como ser fiscalizadas"! Basta termos guardas de trânsito nas ruas, como era antes da indústria da multagem eletrônica.

Marco Di Martino escreveu:
Mordaz escreveu:
Acho que as ciclovias segregam o ciclista.

Como as calçadas "segregam" os pedestres...
Como? O pedestre pode ir aonde quiser pelas calçadas, pois elas existem em toda parte. O mesmo não se pode dizer das ciclovias. Esclarecendo, a segregação à qual me refiro decorre da mentalidade de que os únicos lugares onde se devem admitir bicicletas são a ciclovias.

Marco Di Martino escreveu:
Mordaz escreveu:
Melhores que ciclovias seriam ciclofaixas em toda parte.

Quem tem ambições esportivas provavelmente prefira ciclofaixa.
Acho que os esportistas preferem mesmo é a estrada, pelo acostamento. Eu me referia a ciclofaixas em todas as ruas como uma maneira de incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte.

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MensagemAssunto: Re: Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro   Artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro EmptyQui Jan 20, 2011 6:49 pm

Por falar em trânsito e bicicleta agora vai ficar bom de pedalar na Av. N. S. de Copacabana
em Copacabana, aqui no Rio.

A Prefeitura vai dividir a via em 2 pistas, 2 SÓ para ônibus e 2 para o resto, com a velocidade do
trânsito hoje em média é de 13 km/h vai cair a metade ou menos na faixa dos carros e
duplicar na dos ônibus, não será mais perigoso fugir da ciclovia em Copacabana.
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